Planos de saúde devem oferecer remédio mais moderno para tratar dermatite atópica

Remédio Dupilumabe foi aprovado no rol dos medicamentos obrigatórios da ANS; droga beneficia pacientes que estavam sem opção de tratamento



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Por Gabriela Cupani, da Agência Einstein - Planos de saúde devem oferecer o Dupilumabe para pacientes adultos com dermatite atópica moderada ou grave que estavam sem opção de tratamento. A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) aprovou a incorporação do remédio no rol da cobertura obrigatória para aqueles que tenham apresentado falha, contraindicação ou intolerância ao uso da Ciclosporina, um imunossupressor indicado nesses casos. 

A dermatite atópica é uma doença que leva a um processo inflamatório crônico na pele, causando lesões avermelhadas que coçam e descamam, normalmente acometendo áreas como os joelhos, o pescoço e os cotovelos. O eczema atópico é bastante comum e, no Brasil, afeta cerca de 7% dos adultos, segundo dados da Sociedade Brasileira de Dermatologia. O Dupilumabe é usado há alguns anos e é indicado para pacientes graves com falhas nos demais tratamentos sistêmicos. Ele é a primeira droga que age especificamente nas vias inflamatórias relacionadas ao surgimento da doença. 

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“Ele inaugurou a era das imunoterapias específicas para a dermatite atópica”, diz Gleison Vieira Duarte, membro titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia e coordenador da Campanha de Dermatite Atópica. “Como age seletivamente, além de aumentar a eficácia do tratamento, poupa outras vias do sistema imune e não causa impacto na imunidade do usuário, reduzindo possíveis eventos adversos”, explica. Duarte ressalta, no entanto, que ele só deve ser indicado para aqueles pacientes que já passaram por tratamentos convencionais, como imunoterapias orais mais antigas ou fototerapia. 

Embora não se conheça exatamente a causa da doença, sabe-se que ela tem um forte componente hereditário e que envolve o mau funcionamento do sistema imune e outras alterações. A dermatite atópica costuma estar associada a outras doenças, entre elas, a bronquite, a asma e a rinite.

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Duarte explica que o acesso à medicação ainda é variável. “Para pacientes do SUS [Sistema Único da Saúde] estamos aguardando a publicação de protocolo e, até lá, somente aqueles com asma grave têm acesso garantido à droga no setor público,” diz o especialista. Para os usuários de plano de saúde, o medicamento já está disponível.

Tratamento difícil

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Além da inflamação, a função de barreira da pele está comprometida, facilitando a exposição a agentes agressores externos. “Comparamos a pele do atópico com uma peneira, ou um muro sem cimento, cujos tijolos (células) deixam permear vários irritantes, como suor, fragrâncias, etc. ao mesmo tempo que permitem a perda da água que mantém a pele hidratada”, explica o especialista.

A dermatite atópica não tem cura e os medicamentos ajudam a controlar algumas de suas manifestações, como a coceira. Por isso, é muito difícil tratar todos os aspectos da doença e o paciente precisa manter uma rotina de hidratação e cuidados pois, em alguns casos, as crises ocorrem ao ter contato com poeira, alguns produtos de limpeza ou tecidos de roupa, estresse, entre outras causas.

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Saiba como prevenir as crises

  • Identificar os fatores de risco que desencadeiam as crises
  • Cuidar muito bem da hidratação da pele, aplicando hidratantes para impedir o ressecamento
  • Os banhos devem ser frios ou mornos e não podem ser demorados
  • Use sabonetes neutros na pele
  • Evite excessos de banhos em piscinas com cloro
  • Escolha roupas leves, de preferência de algodão e não de tecidos sintéticos, que reduzem a transpiração
  • Também é preciso desenvolver mecanismos para controle do estresse, especialmente nos portadores com forte desencadeante emocional das crises
  • Assim que surgirem os sintomas (coceira e vermelhidão na pele), procure assistência médica

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