Mudanças no ciclo menstrual indicam riscos à saúde do coração, segundo estudo

A depender do momento em que o ciclo menstrual começar a durar mais, mulheres precisariam ficar atentas aos cuidados cardiovasculares

(Foto: PeopleImages)


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Por Alexandre Raith, da Agência Einstein - Mulheres cujo ciclo menstrual passou a durar mais tempo no início da transição para a menopausa precisam ficar atentas à saúde do coração. Embora seja natural que o ciclo fique cada vez mais longo, o momento em que isso acontece pode ser um marcador para problemas cardíacos, segundo estudo publicado no periódico Menopause.

Ao olhar para os dados de 428 mulheres — e 1808 ciclos menstruais — que já participavam de outro estudo (Study of Women’s Health Across the Nation), pesquisadores de diferentes instituições norte-americanas verificaram três trajetórias de duração do ciclo durante o período de transição para a menopausa:

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- Estáveis (sem mudanças no tempo de duração);

- Aumento tardio (alterações que ocorreram 2 anos antes da menopausa estar instalada);

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- Aumento precoce (mudanças que surgiram 5 anos antes da menopausa estar instalada).

As participantes que tiveram o aumento tardio apresentaram resultados da saúde cardiovascular melhores do que aquelas que mantiveram os ciclos estáveis. No caso das mulheres com alterações cinco anos antes da menopausa, os riscos cardiometabólicos foram maiores. Isso pode ser explicado, segundo os pesquisadores, pela redução precoce dos hormônios — especialmente o estrogênio. 

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Os resultados, no entanto, ainda são iniciais e estudos mais aprofundados precisam ser feitos para confirmar os achados. 

 Proteção do estrogênio

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Os ciclos se iniciam no primeiro dia da menstruação. A duração de cada ciclo interfere na quantidade de hormônios aos quais as mulheres são expostas. 

Se esse período for curto (menos de 21 dias) e, portanto, mais frequente, a concentração de estradiol — tipo mais ativo do estrogênio —será maior em comparação aos ciclos na média (21 a 35 dias) ou ciclos mais longos (acima de 35 dias). 

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Isso porque, no caso dos mais longos, as mulheres levam mais tempo para amadurecer os óvulos e esse período é caracterizado por uma secreção relativamente menor do estrogênio. 

Como esse hormônio é também responsável pela manutenção da saúde cardiovascular das mulheres, se elas acabam tendo uma exposição menor ao estrogênio no início da transição para a menopausa, o risco de problemas cardíacos pode aumentar. 

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De acordo com o estudo, as mulheres com um aumento tardio apresentaram, após a menopausa, uma menor espessura da artéria carótida e níveis menores de velocidade da onda de pulso do tornozelo braquial (medida não invasiva que verifica a rigidez das artérias), do que em comparação com o grupo que manteve os ciclos em uma duração estável. Carótidas menos espessas indicam que o sangue flui com mais facilidade, sem tanto risco de bloqueios que levariam à aterosclerose. 

“Padrões na duração dos ciclos durante a transição para a menopausa parecem ser um marcador para a saúde vascular futura”, destacam os autores no artigo publicado. 

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Tais evidências, segundos os autores, ajudariam a criar estratégias preventivas no cuidado de mulheres na meia-idade. Para isso, eles pretendem prolongar os estudos de avaliação das consequências das alterações hormonais durante a transição da menopausa.

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