Estudo sugere que poluição do ar poderia desencadear psoríase

Os poluentes presentes na atmosfera seriam mais um fator para agravar as crises; doença tem origem genética e gatilhos são difíceis de evitar

(Foto: Oswaldo Corneti/ Fotos Públicas)


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Por Gabriela Cupani, da Agência Einstein - A poluição do ar poderia ser um gatilho capaz de disparar episódios de psoríase em quem tem predisposição à doença. Isso é o que sugere um estudo italiano publicado no periódico científico Jama Dermatology.

Para chegar à conclusão, os autores avaliaram retrospectivamente dados de quase mil pacientes em acompanhamento ambulatorial dermatológico no Hospital Universitário de Verona e cruzaram com informações dos poluentes presentes na atmosfera fornecidos por um instituto oficial. Os poluentes medidos foram principalmente os associados com a queima de combustíveis fósseis por veículos e emissões industriais, como monóxido de carbono, dióxido de nitrogênio, benzeno, partículas grossas e partículas finas – substâncias que todos estão expostos.

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Os pacientes foram avaliados a cada três ou quatro meses por um período de quase três anos. Os resultados do estudo mostraram que a concentração de sujeira no ar era significativamente mais alta nos dois meses anteriores às crises, em comparação com as visitas controle. 

Doença inflamatória e crônica

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A psoríase é uma doença autoimune inflamatória e crônica, determinada geneticamente, que causa lesões avermelhadas na pele que descamam. Estima-se que a doença atinja cerca de 2% da população. Sabe-se que ela é multifatorial e pode ser desencadeada por vários agentes, como estresse, infecções e fatores ambientais. Mas ainda não havia evidências científicas mostrando que a poluição poderia desencadear surtos.

Nas crises, o corpo dispara uma espécie de cascata imunológica que acaba atacando a pele formando placas. As lesões podem aparecer em vários locais, podem ser pontuais ou no corpo todo. Além da pele, também pode haver comprometimento articular.  

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“Os efeitos da poluição na pele estão cada vez mais sendo estudados e sabe-se que ela pode aumentar a produção de radicais livres, que são prejudiciais, por exemplo”, diz o dermatologista Beni Grinblat, do Hospital Israelita Albert Einstein. “No entanto, na psoríase é difícil falar em evitar fatores de risco”, explica. 

Segundo Grinblat, é comum a pessoa não conseguir relacionar a crise com o que disparou a doença. Caso novos estudos confirmem que a poluição pode estar de fato relacionada à doença, esse seria mais um fator difícil de evitar, principalmente nas grandes cidades. “Por isso o que recomendamos é diagnosticar e tratar precocemente”, enfatiza o dermatologista. 

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Dependendo da extensão e da área da lesão, e do impacto na qualidade de vida do paciente, o tratamento pode ser tópico, com uso de pomadas, com fototerapia à base de radiação ultravioleta, medicamentos orais ou as alternativas mais modernas, que são remédios imunobiológicos aplicados de forma subcutânea. Por ser uma doença crônica, normalmente o tratamento é pela vida toda.

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