Estudo acompanha 150 mil pacientes e confirma relação entre Covid e risco de danos neurológicos a longo prazo

Ampla gama de sequelas inclui desde transtornos sensoriais e de movimento, até perda de memória e doenças como Alzheimer; diagnóstico precoce facilita tratamento

(Foto: Reprodução)


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Por Gabriela Cupani, da Agência Einstein - Pacientes que desenvolveram a Covid-19 correm mais risco de apresentar danos cerebrais até um ano após a infecção, de acordo com uma pesquisa que analisou mais de 150 mil casos e foi conduzida pela Universidade de Washington, nos Estados Unidos. 

Outros artigos já haviam relacionado o coronavírus com sintomas neurológicos tardios, mas, nesse estudo, o diferencial está no grande número de pacientes envolvidos, além do comparativo com a evolução de indivíduos não infectados durante um longo período de acompanhamento.

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Na pesquisa, publicada pela revista "Nature Medicine", os cientistas avaliaram uma ampla gama de distúrbios neurológicos, incluindo problemas de cognição e memória, acidente vascular cerebral, transtornos de movimento como tremores e contrações involuntárias, perdas sensoriais, crises de enxaqueca, convulsões e até doenças como Alzheimer e Parkinson, entre dezenas de outras.

O risco de todos esses transtornos foi maior naqueles infectados pelo coronavírus, mesmo em pacientes jovens e casos leves da doença. Destaca-se que alguns quadros, como cognitivos e sensitivos, foram mais comuns nos adultos jovens. Já distúrbios mentais como ansiedade e depressão, além de alterações de movimento, ocorreram com maior frequência nos mais idosos.

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Covid no cérebro

Há várias hipóteses para explicar os danos neurológicos causados pela Covid-19. O vírus pode provocar uma cascata inflamatória capaz de afetar a comunicação entre os neurônios, as chamadas sinapses. Também pode haver influência dos fragmentos do RNA do vírus, o que estimularia uma reação imunológica do organismo. 

"Muitas vezes, a manifestação é muito sutil, mas tudo isso prejudica o funcionamento das células", explica o neurologista Marco Aurélio Borges, do Hospital Israelita Albert Einstein, em Goiânia. “Por isso, a região do cérebro que foi afetada passa a funcionar de forma incorreta.”

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Dependendo da área acometida, há chance de surgir sintomas relacionados a fadiga crônica, perda de sensibilidade, olfato, memória, linguagem e tantos outros. Além disso, se a pessoa tem predisposição a alguma doença, como Parkinson ou Alzheimer, o contato com o coronavírus pode acelerar o processo.

A hora de procurar um médico

Qualquer sintoma com uma duração maior do que 15 ou 30 dias merece atenção. A recomendação médica é: caso a pessoa perceba que não tolera mais fazer esforço físico e mental ou, ainda, que sinta muitas dores, cansaço excessivo ou comprometimento muscular, vale procurar atendimento especializado. 

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