Endometriose: por que o diagnóstico correto demora anos?

Doença é relativamente comum e atinge 1 em cada 10 mulheres em idade reprodutiva; tratamento pode ser hormonal ou cirúrgico, dependendo do caso

Dor na coluna
Dor na coluna (Foto: Divulgação)


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Por Fernanda Bassette, da Agência Einstein - A endometriose é uma doença relativamente comum e bastante conhecida pelos ginecologistas – estima-se que 1 em cada 10 mulheres em idade fértil sofrem com o problema. Ainda assim, os estudos demonstram que o diagnóstico demora entre 7 a 9 anos, exatamente como aconteceu com a cantora Anitta, que contou recentemente nas suas redes sociais que descobriu ter endometriose após passar nove anos sofrendo com dores. Afinal, se é uma doença comum, por que o diagnóstico é tão demorado?

“A doença se manifesta de formas diferentes entre as mulheres, algumas passam anos com o problema sem ter sintoma nenhum. Outras têm muita dor, mas costumam confundir com cólica menstrual e achar que essa dor é normal. Em muitos casos, a mulher só vai descobrir que tem endometriose por causa da dificuldade de engravidar”, diz o ginecologista Sérgio Podgaec, do Hospital Israelita Albert Einstein ao destacar que cerca de um terço das mulheres com endometriose tem problemas para engravidar.

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A endometriose é caracterizada pelo crescimento do endométrio (tecido que reveste o útero e é eliminado na menstruação) fora da cavidade uterina. O endométrio cresce nos ovários, trompas, abdômen, em volta da bexiga e até no intestino, provocando uma inflamação ao aderir nesses outros órgãos. Os sintomas mais comuns são dor durante ou fora do ciclo menstrual (como se fosse uma cólica), dor durante a relação sexual, dor para urinar (parecido com uma infecção urinária) e dor para evacuar – mas eles podem variar bastante de mulher para mulher.

Ter dor não é normal

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Segundo Podgaec, a demora no diagnóstico pode ocorrer por três fatores principais: primeiro porque em muitos casos a própria paciente considera “normal” ter dores durante o período menstrual ou durante a relação sexual, e por isso não costuma relatar esse problema durante a consulta de rotina ao ginecologista. Segundo porque quando a mulher relata as dores para o médico, pode acontecer de o médico não se aprofundar na queixa e não pedir os exames necessários. 

Por fim, o terceiro fator que impacta no diagnóstico é que os exames de imagem (ultrassonografia ou ressonância magnética) precisam ser feitos por um radiologista treinado e acostumado a identificar a doença, senão o problema pode passar despercebido, especialmente nas fases iniciais.

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“Não existe uma forma de evitar que a doença aconteça. Por isso é tão importante reduzirmos esse tempo de demora no diagnóstico. Quanto mais cedo a mulher souber que tem o problema e iniciar o tratamento, menos risco de a doença aumentar e se tornar mais grave”, afirmou Podgaec. 

Após o diagnóstico, em geral, o tratamento é feito por meio de hormônios (DIU, comprimido ou injeção) e, dependendo da extensão das lesões, é necessário fazer uma cirurgia para remoção desse tecido que cresceu fora do útero. “Não existe tratamento melhor ou pior. Todos são muito eficazes e o controle é excelente, melhorando muito a qualidade de vida dessas mulheres. Cerca de dois terços das pacientes que fazem o tratamento com hormônio ficam bem e 90% das que fazem cirurgia também”, afirmou Podgaec.

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