Reindustrialização

Recuo da atividade industrial reflete efeitos do aperto monetário, diz Fiesp

Categoria de bens de consumo duráveis, como automóveis e linha branca, permanece distante do patamar pré-pandemia

(Foto: José Paulo Lacerda/CNI/Divulgação)


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Agência Fiesp - A produção industrial recuou 0,2% na passagem mensal para fevereiro. O resultado do mês veio em linha com a projeção mensal da Fiesp (-0,2%) e marca a terceira queda consecutiva (Gráfico 1). Frente a fevereiro de 2022, houve queda de 2,4%. O resultado foi impactado pela indústria de transformação (-0,5%), dado que a indústria extrativa aumentou na passagem mensal (+4,6%). Com os últimos resultados, a atividade industrial segue defasada em 2,6% em relação ao nível pré-pandemia (fev/2020) e 19,0% na comparação com o recorde da série histórica (maio/2011).

Gráfico 1: Produção Física Industrial – Indústria Geral

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A queda na atividade industrial na passagem para fevereiro foi concentrada em duas das quatro categorias econômicas e 9 dos 25 setores pesquisados. Entre os segmentos, as influências negativas mais relevantes no mês de fevereiro foram produtos alimentícios (-1,1%), produtos químicos (-1,8%) e produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-4,5%). Por outro lado, indústrias extrativas (+4,6%) foram destaque positivo, ampliando o crescimento observado no mês anterior (+3,4%).

Em relação às grandes categorias econômicas, na comparação com o mês anterior, sem influências sazonais, a maior queda foi observada no setor de bens de consumo duráveis (-1,4%), seguida por bens de consumo semi e não duráveis (-0,1%). Por outro lado, as categorias de bens de capital (+0,1%) e bens intermediários (+0,5%) assinalaram crescimento na passagem mensal.

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Alguns desses grupos foram afetados de forma mais direta pelo ciclo econômico e ainda não recuperaram a dinâmica registrada no início de 2020. A categoria mais defasada em relação ao nível pré-pandemia é a de bens de consumo duráveis (-18,6%), a exemplo de veículos e linha branca, seguido por bens de consumo semi e não duráveis (-6,4%). Por outro lado, o grupo de bens de capital (+4,4%) e bens intermediários (+1,2%) se recuperaram e estão acima do que foi observado no mesmo período.

No aumulado em 12 meses, os grupos com variação positiva são bens de consumo semi e não duráveis (+1,5%) e bens de consumo duráveis (+1,3%), dado que bens de capital (-1,7%) e bens intermediários (-0,9%) registram variações negativas (Gráfico 2).

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Gráfico 2: Variação da produção industrial em 12 meses e em relação ao nível pré-pandemia (%)

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Análise do cenário pela Fiesp

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A atividade industrial reflete os efeitos do forte aperto monetário e das condições financeiras desfavoráveis. O mapa de calor mostra que, na indústria de transformação, 12 atividades estavam acelerando (Forte + Muito Forte) e 4 atividades desacelerando (Fraca + Muito Fraca) em fevereiro de 2022. No mesmo período de 2023, esse resultado foi revertido, com apenas 5 atividades acelerando e 9 arrefecendo. Essas informações podem ser visualizadas na figura abaixo.

Figura 1: Mapa de calor da Indústria (Fev/22 – Fev/23)

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Chama atenção o espraiamento do processo de desaceleração setorial, sobretudo em setores mais sensíveis ao crédito. Nesse cenário, a Fiesp projeta queda de 0,5% da atividade industrial em 2023. O quadro de fraco dinamismo da atividade industrial pode ser amenizado com uma redução forte da taxa de juros, recuperação dos canais e condições de crédito, assim como a continuidade da descompressão nas cadeias de fornecimento.

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