Reindustrialização

"Não esperem um BNDES acanhado", diz Aloizio Mercadante à TV 247

Em sua primeira entrevista após sua posse, o novo presidente do banco de fomento diz que a instituição irá atuar com força total para alavancar o desenvolvimento

O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio, Geraldo Alckmin, durante posse do presidente do banco no Rio de Janeiro
O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio, Geraldo Alckmin, durante posse do presidente do banco no Rio de Janeiro (Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil)


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247 – O novo presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, concedeu sua primeira entrevista após ser empossado ao jornalista Leonardo Attuch, editor da TV 247, e afirmou que a instituição terá papel decisivo na retomada do crescimento e do debate sobre um projeto de desenvolvimento para o Brasil. "O BNDES sempre foi decisivo na história do desenvolvimento brasileiro. É preciso retomar o debate sobre o desenvolvimento, a reindustrialização e a inserção do Brasil no mundo", disse ele. "Nos últimos anos, o BNDES retirou recursos da economia para financiar o Tesouro Nacional. Não é este o seu papel. Ele deve alavancar o crescimento. Defendo um BNDES verde, digital, inclusivo e reindustrializante. Não estamos falando em subsídio, mas precisamos de taxas de juros mais competitivas. A atual TLP, ancorada na NTN-B, com 6% acima da inflação, é muito alta", pontua.

No dia em que a entrevista foi gravada, na última sexta-feira 10, Mercadante foi atacado pelo jornal O Globo, que, em editorial, disse que ele não deveria retomar o "BNDES do passado" e buscar o que o jornal carioca chamou de "fetiche da industrialização". O economista respondeu a crítica com tranquilidade. "O BNDES do passado fez muita coisa pelo Brasil. Não haveria Embraer, parque eólico e a indústria de papel e celulose sem o BNDES. É importante para o Brasil que o BNDES volte a crescer. O mercado não financia inovação e infraestrutura no volume necessário. Não esperem um BNDES acanhado", prometeu.

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Defesa do capital nacional

Na entrevista, Mercadante foi questionado sobre o fato de o BNDES estar financiando empresas estrangeiras de engenharia, que tomaram o lugar de empresas nacionais, alvejadas pela Lava Jato. "O BNDES financia todas as empresas que atuam no Brasil, mas tem uma relação especial com as empresas brasileiras. Nossa prioridade é a empresa brasileira", disse ele. "As empresas brasileiras de engenharia brasileiras foram massacradas pela Lava Jato. No Brasil, as empresas foram mutiladas e a história de 60 anos, 70 anos da engenharia brasileira não pode ser destruída. Não existe país desenvolvido, sem empresas nacionais fortes", afirmou.

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O presidente do banco também criticou o processo de ruralização da economia brasileira. "Nós fomos uma grande fazenda durante 400 anos, na era colonial. O Brasil pode alimentar o mundo, mas não pode ser só isso. Não podemos aceitar o Brasil como produtor de commodities", afirmou.

Sobre a questão ambiental, Mercadante destacou que o BNDES é o gestor do Fundo Amazônia. "Estamos articulando a aliança entre Brasil, Indonésia e Congo para manter as florestas em pé", disse ele, que também defendeu alianças com Estados Unidos e China. "A China é o país que mais compra do Brasil e mais investe no Brasil. O Brasil não pode entrar em uma nova guerra fria. Vejo com grande otimismo a ida da presidente Dilma para o banco dos BRICS. Em março, teremos parcerias muito fortes com a China", antecipou.

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