Reindustrialização

Juros altos limitam o crescimento econômico do país, diz presidente da CNI

Robson Braga de Andrade fala sobre a dificuldade para obter crédito: "obstáculo quase intransponível"

Robson Braga de Andrade
Robson Braga de Andrade (Foto: Pedro França/Agência Senado)


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247 - 'O atual cenário de juros altos está prejudicando o acesso ao crédito e limitando o crescimento econômico do país', afirma Robson Braga de Andrade, presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Em artigo publicado no jornal O Globo nesta sexta-feira (2), ele destaca a necessidade urgente de reduzir as taxas de juros e facilitar o acesso a financiamentos para empresas brasileiras.

Segundo Andrade, o volume de crédito disponibilizado no país não atende às demandas adequadas, e as condições de acesso estão se tornando cada vez mais difíceis. Com a taxa básica de juros, a Selic, em 13,75% ao ano, uma das mais altas do mundo, as empresas enfrentam obstáculos significativos para obter empréstimos que atendam às suas necessidades de capital de giro e investimento.

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Em relação às condições de garantia exigidas pelos bancos, Andrade enfatizou: 'as atuais exigências para a contratação de financiamentos são um obstáculo quase intransponível para muitas empresas, especialmente as de menor porte. Mesmo com histórico confiável e projetos rentáveis, elas não conseguem fechar as operações devido à falta de garantias ou são obrigadas a aceitar volumes e prazos inferiores, além de taxas de juros mais elevadas1.

De acordo com pesquisas realizadas pela CNI, a exigência de garantias é apontada como a segunda maior dificuldade para o acesso ao crédito pelas empresas industriais, ficando atrás apenas do alto nível de juros. No último trimestre do ano passado, a taxa média cobrada das empresas foi de 20,2% ao ano, mas para as pequenas e microempresas, os encargos foram ainda maiores, chegando a 34,9% e 36,2%, respectivamente.

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O presidente da CNI ressaltou a importância de programas de crédito com base em fundos garantidores públicos, como o Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe) e o Programa Emergencial de Acesso a Crédito (PEAC). Essas iniciativas foram lançadas durante a pandemia e possibilitaram mais de 1,7 milhão de operações de crédito, totalizando um volume de R$ 230,6 bilhões em todo o país.

Um estudo realizado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) constatou que as empresas apoiadas pelo PEAC aumentam em 10% o emprego formal e têm uma probabilidade 46% menor de encerrar suas atividades em comparação com as demais. Além disso, o programa gera benefícios econômicos e fiscais equivalentes a 1,4 vez o seu custo.

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Diante dos resultados positivos desses programas, Andrade destacou a importância de garantir a continuidade e aprimoramento das iniciativas. Enquanto o PEAC teve sua sustentabilidade assegurada com a permanência dos recursos no Fundo Garantidor para Investimentos (FGI), o Pronampe enfrenta riscos, pois os recursos do Fundo Garantidor de Operações (FGO) estão programados para retornar aos cofres da União a partir de 2025.

O presidente da CNI ressaltou: 'é fundamental promover uma mudança legislativa para garantir a continuidade do Pronampe, assegurando a permanência dos recursos no FGO por tempo indeterminado. A previsibilidade e a garantia de recursos são essenciais para facilitar o acesso ao crédito e impulsionar o crescimento econômico, fortalecendo as empresas, incentivando investimentos, criando empregos e gerando renda'.

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Com a redução dos juros e o aprimoramento desses programas de crédito e garantias, a economia brasileira poderá receber um impulso significativo, promovendo um crescimento mais robusto e sustentável, com benefícios para empresas de todos os portes e para o desenvolvimento do país como um todo.

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