Vereador que ofendeu baianos encontrados em situação análoga à escravidão não será cassado, decide Câmara de Caxias do Sul
O vereador de Caxias do Sul Sandro Luiz Fantinel proferiu insultos de cunho xenofóbico contra trabalhadores baianos
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247 - O vereador de Caxias do Sul Sandro Luiz Fantinel (sem partido), que fez comentários de cunho xenofóbico contra trabalahadores baianos, não será cassado, decidiu a Câmara local, nesta terça-feira (16), informou a Folha de S. Paulo.
Em 28 de fevereiro, quatro dias após o resgate de mais de 200 trabalhadores baianos em condições análogas à escravidão de uma empresa que prestava serviços a vinícolas de Bento Gonçalves (RS), Fantaniel, então no Patriota, proferiu uma série de insultos preconceituosos. Ele disse que os empresários deveriam dar preferência a trabalhadores argentinos em detrimento "daquela gente lá de cima", que seria "acostumada com carnaval e festa". Disse ainda que "com os baianos, que a única cultura que eles têm é viver na praia tocando tambor, é normal que se fosse ter esse tipo de problema". O parlamentar foi então expulso pelo Patriota.
O placar na Câmara de Vereadores de Caxias do Sul foi de 13 votos favoráveis à cassação, 9 contrários e 1 abstenção –a do próprio Fantinel. A cassação de mandato exige apoio de mais de dois terços dos votos dos 23 vereadores.
Em 14 de março, Fantinel foi indiciado pela Polícia Civil pelo crime de racismo, uma vez que os investigadores entendem que o uso da expressão "tocar tambor" foi uma forma de aludir a religiões de matriz africana. Os primeiros depoimentos sobre o caso estão marcados para agosto na 3ª Vara Criminal de Caxias do Sul.
Fantinel também já insultou um ministro do Supremo Tribunal Federal, alegando que ele/ela "participou de uma orgia com crianças”. Em razão da fala, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, acionou a Polícia Federal.
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