Suplente de Alvaro Dias, empresário delator deixa Podemos com chegada de Moro ao partido

Empresário paranaense e delator da Lava Jato Joel Malucelli, porém, nega alguma relação entre sua saída e a chegada do ex-juiz suspeito Sergio Moro ao partido

Joel Malucelli e Sergio Moro
Joel Malucelli e Sergio Moro (Foto: Nani Goes/ALEP | Rafael Marchante/Reuters)


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247 - O empresário paranaense e delator da Lava Jato Joel Malucelli, primeiro suplente do senador Alvaro Dias, pediu sua desfiliação do Podemos após o ingresso do ex-juiz Sergio Moro, condenado por suspeição nos processos contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no partido. De acordo com o jornal Folha de S. Paulo, ele nega alguma relação entre a chegada de Moro e a sua saída da legenda, ambas em novembro do ano passado. 

Malucelli é um dos maiores empresários do Paraná e fundador de um grupo empresarial com forte atuação na área empresarial, bancária, energia e comunicações. Na campanha de 2014, ele declarou um patrimônio de R$ 236 milhões. Ele tabém foi presidente do Podemos do Paraná e financiador de campanhas eleitorais. Malucelli foi preso em 2018 em meio a uma investigação estadual “sobre corrupção em contratos de melhorias em estradas rurais no governo do tucano Beto Richa, também detido naquela operação”, ressalta a reportagem.

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Ainda segundo o periódico, poucos meses antes da prisão, a construtora do grupo empresarial tinha sido alvo de uma das fases da Lava Jato em função de supostas irregularidades na formação de consórcio que venceu a concorrência para a construção da usina de Belo Monte. Joel Malucelli não foi incluído como suspeito. “O empresário anunciou em 2012 a saída do comando dos negócios familiares, embora até hoje ainda mantenha atividades profissionais”, ressalta o texto.

“A investigação da Lava Jato, mesmo sem processo penal, provocou consequências sobre o conglomerado empresarial. Em 2020, firmaram um acordo de leniência (espécie de delação empresarial) três empresas do grupo - a construtora, a MLR Locações de Máquinas e a Televisão Icaraí", diz a reportagem. 

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O compromisso previa o pagamento aos cofres públicos de R$ 100 milhões e colaboração em apurações da Lava Jato, Operação Greenfield e no caso das estradas rurais”, observa a reportagem. O acordo foi assinado pelo então coordenador da força-tarefa da Lava Jato Deltan Dallagnol, que deverá ser candidato a deputado federal pelo Podemos.

Malucelli também firmou acordo de colaboração na esfera penal. Em agosto do ano passado, a TV RPC (afiliada da Globo) mostrou trecho de depoimento em que ele fala sobre cobranças de propina de 8% no programa estadual de estradas rurais na época do governo tucano de Beto Richa.

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Em nota, o empresário afirmou que não é réu e que os casos se encontram sob segredo de Justiça, "condição esta que o impede de tecer comentários sobre os mesmos, exceto o fato de estar exercendo amplamente sua defesa". Atualmente, o ex-juiz suspeito Sergio Moro tenta viabilizar sua candidatura presidencial tendo como uma de suas bandeiras o combate à corrupção.

Questionado sobre a pré-candidatura de Sergio Moro, Malucelli disse que se "reserva ao direito de não emitir qualquer opinião política” sobre o assunto. 

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