Sanepar alerta para vandalismo no esgoto

Técnicos têm registrado diversos episódios de destruição em todo o Estado. Os danos mais comuns são o roubo de materiais elétricos e a destruição de poços de visita (PV) do sistema de coleta do esgoto; atos podem deixar a população sem água ou provocar o retorno do esgoto para dentro das casas

Técnicos têm registrado diversos episódios de destruição em todo o Estado. Os danos mais comuns são o roubo de materiais elétricos e a destruição de poços de visita (PV) do sistema de coleta do esgoto; atos podem deixar a população sem água ou provocar o retorno do esgoto para dentro das casas
Técnicos têm registrado diversos episódios de destruição em todo o Estado. Os danos mais comuns são o roubo de materiais elétricos e a destruição de poços de visita (PV) do sistema de coleta do esgoto; atos podem deixar a população sem água ou provocar o retorno do esgoto para dentro das casas (Foto: Roberta Namour)


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Governo do Estado - Atos de vandalismo podem deixar a população sem água ou provocar o retorno do esgoto para dentro das casas. A constatação é dos técnicos da Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar), que têm registrado diversos episódios de destruição em todo o Estado. Os danos mais comuns são o roubo de materiais elétricos e a destruição de poços de visita (PV) do sistema de coleta do esgoto.

A empresa orienta que ao perceber pessoas em atitude suspeita ou a falta de equipamentos, a população deve telefonar para o 115 ou chamar a polícia. “A participação da população é essencial para que possamos evitar episódios que prejudicam a vida de uma comunidade e, em alguns casos, de uma cidade inteira”, afirma a gerente Regional de Londrina/Cambé, Mara Kalinowski. O vandalismo encarece a prestação de serviços, já que os custos para reparar os prejuízos entram na composição tarifária da conta de água.

O roubo do material elétrico, por exemplo, impede a produção ou a distribuição de água porque todo o sistema, desde a captação da água no rio até a entrega no imóvel dos clientes, só funciona com energia elétrica. Já o entupimento ou quebra de um poço de visita compromete o escoamento do esgoto, às vezes em grandes áreas. Sem ter como sair da tubulação, o esgoto retorna para dentro dos imóveis ou escorre pelas ruas.

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PREJUÍZOS - No início de novembro, o roubo de fiação na Elevatória de Esgoto Raposa, em Apucarana, exigiu a ação rápida de sete funcionários para evitar que o esgoto extravasasse para o rio. A caixa de contenção tem capacidade para armazenar o esgoto que chega durante 10 horas. Sem energia elétrica, não era possível recalcar o esgoto até a estação de tratamento e poderia haver extravasamento do esgoto bruto. Enquanto uma equipe substituía a fiação roubada, três caminhões limpa-fossa removiam o esgoto armazenado na elevatória. “Por muito pouco o esgoto bruto não chegou até o rio”, afirma o gerente regional de Apucarana, Rui Mendes Júnior. Os custos da manutenção, mão de obra e reposição de material ficaram em cerca de R$ 11 mil.

Em Campo Mourão, uma das equipes de manutenção foi acionada para desentupir a rede coletora de esgoto. Ao abrir o poço de visita, os empregados foram surpreendidos com o tubo de imagem de uma televisão, que estrangulava o fluxo do esgoto na rede.

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Outro exemplo recente de vandalismo ocorreu em Londrina, onde a equipe de manutenção de rede de esgoto encontrou um cobertor jogado dentro do poço de visita. “Alguém jogou estas peças lá dentro, provocando grande prejuízo ambiental”, afirma a gerente Regional de Londrina/Cambé, Mara Kalinowski.

A maior estação elevatória de esgoto da região de Ponta Grossa, a Ronda, sofreu a ação de vândalos no final de outubro. Localizada às margens da BR 277, esta elevatória bombeia o esgoto das áreas mais baixas até a estação de tratamento do mesmo nome. “Não sobrou praticamente nada. Foram furtadas as bombas, transformador, quadro de comando e até o alarme de monitoramento, causando prejuízos e enormes transtornos”, conta o coordenador industrial Fabiano Icker Oroski. Cerca de R$ 50 mil foram gastos com serviços emergenciais para que a elevatória voltasse a funcionar imediatamente.

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Em Foz do Iguaçu, só nos últimos três meses, a Sanepar identificou quatro atos de vandalismo que atingiram as tubulações de esgoto. Além do prejuízo para a população que sofre com o refluxo para dentro das casas, a empresa estima um custo extra de R$ 8,1 mil para o conserto da tubulação, limpeza dos locais e recomposições do pavimento. Dois casos foram no centro da cidade e os outros dois em bairros distantes. Em todos, os poços de visita não estavam funcionando porque havia pedras obstruindo o fluxo do esgoto. “Um comerciante do centro da cidade informou sobre vazamento. Quando a equipe foi fazer a limpeza da rede encontrou lá dentro uma pedra bastante grande”, comenta o coordenador de redes, Luiz Aparecido Spósito. Para cada um dos casos em Foz do Iguaçu foi feito o registro de Boletim de Ocorrência na Delegacia de Polícia.

Em Paranavaí, nas manutenções de rotina também já foram encontrados pedras, roupas, entulhos de construção e outros materiais que obstruem os poços de visita, causando extravasamento.

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Em Cambará, a Sanepar gastou cerca de R$ 41 mil para repor o material furtado da estação de tratamento de esgoto da cidade. O crime ocorreu em junho e a obra foi concluída apenas em setembro. Foi preciso refazer toda a instalação elétrica, incluindo a entrada de energia e o quadro de comando.

Em São Mateus do Sul, um poço de visita instalado no emissário que transporta o esgoto tratado, da estação até o rio, teve o lacre rompido e no seu interior foram jogadas pedras. Como o rio estava cheio, foi necessário aguardar vários dias, até que o nível do rio baixasse, para providenciar o conserto.

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Em Loanda e em Paraíso do Norte foram furtados cabos de energia elétrica e transformadores, interrompendo o processo de tratamento do esgoto.

Outro tipo de vandalismo é o furto de tampas de poços de visita. Normalmente redondas e de ferro, estas tampas protegem pedestres e veículos. A falta delas já provocou a queda de pessoas e animais dentro destes equipamentos que podem ter vários metros de profundidade. Carros que trafegam pelas vias públicas também podem sofrer acidente pela falta da tampa. Esta prática criminosa é verificada em várias cidades, entre elas, Campo Mourão, onde várias tampas foram furtadas recentemente.

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INCÊNDIO - Mesmo cercada, a área da Estação de Tratamento de Esgoto Sul de Cascavel foi atacada na primeira semana de novembro por vândalos, que provocaram um incêndio criminoso ao atear fogo na vegetação. O Corpo de Bombeiros conseguiu impedir que as chamas atingissem os equipamentos da unidade de tratamento e também as propriedades próximas. O maior prejuízo foi para o meio ambiente, além do risco para os trabalhadores da estação e para os vizinhos. Nas estações de tratamento, em caso de incêndio, há risco de explosões por conta dos gases gerados no processo de tratamento. As providências para as investigações policiais já foram tomadas.

FALTA DE ÁGUA – Entre outras cidades, os vândalos deixaram sem água os moradores de Jandaia do Sul, os da comunidade de Tronco, em Castro, e da localidade Fazendinha, em Araucária, porque furtaram equipamentos cabos e equipamentos elétricos. Em casos isolados, imóveis também ficaram desabastecidos porque o hidrômetro foi furtado.

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