Responsável direto pelo golpe, Cunha agora distribui marmitas na cadeia

Pouco mais de um ano após comandar a votação do golpe parlamentar que destituiu Dilma Rousseff, o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, condenado por Sérgio Moro a 15 anos e quatro meses de prisão, ocupa uma das funções que, no jargão da cadeia, tem o nome de "faxina"; o ex-parlamentar, que antes levava uma vida de luxo e ostentação nos melhores restaurantes, agora é um dos responsáveis pela distribuição de quentinhas na cadeia

Eduardo Cunha preso 
Eduardo Cunha preso  (Foto: Giuliana Miranda)


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Paraná 247 - O deputado cassado Eduardo Cunha, que já foi um dos homens mais poderosos do país —como presidente da Câmara, comandou a votação do impeachment de Dilma Rousseff e era o terceiro da linha de sucessão na Presidência— agora distribui quentinhas na cadeia no Paraná.

Cunha ocupa uma das funções que, no jargão da cadeia, tem o nome de "faxina". Não está necessariamente ligado à higienização do prédio. Há presos da faxina que fazem a limpeza das alas. Outros levam roupas à lavanderia e distribuem remédios. E há os que, como Cunha, ficam responsáveis pela refeição. A cada dia trabalhado, o detendo abate um dia de pena, segundo a Lei de Execução Penal.

A rotina do ex-presidente da Câmara começa às 6h. Ele e cinco internos são liberados de suas celas para receber no portão da galeria um carrinho com pães untados com margarina, café com leite e uma fruta. O carrinho entra na ala, e Cunha então separa as marmitas comuns das que são preparadas para os presos com restrições alimentares. Coloca tudo em uma maca improvisada como mesa.

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São 32 celas no pavilhão. Cunha vai de cubículo em cubículo entregando a comida, o que na gíria da cadeia é chamado de "pagar boia". Ele passa canecas, pães e frutas por uma pequena janela recortada no meio da porta de ferro.

Apesar de o peemedebista não ser advogado, alguns detentos da Lava Jato o consultam sobre seus processos.

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Quem convive com os presos diz que Cunha é tratado com reverência pelos detidos na Lava Jato. O ex-deputado refuta, no entanto, qualquer contato mais íntimo.

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Dias atrás, Eduardo Aparecido de Meira, dono da Construtora Credencial, alvo da 30ª fase da operação, arriscou um abraço. Foi afastado com o braço e recebeu um olhar de desaprovação. Cunha é classificado por agentes como o mais frio dos presos da Lava Jato que já passaram pelo presídio. Demonstra pouco ou nenhum sentimento."

As informações são de reportagem de Wálter Nunes na Folha de S.Paulo.

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