Requião: Base comete suicídio se barrar investigação

Deputado estadual Requião Filho (PMDB), vice-líder da oposição, cobra coerência dos parlamentares diante das denúncias contra Beto Richa: 'É incrível que os governistas aceitem servir de bucha de canhão do governador', diz; para o presidente da Assembleia Legislativa, Ademar Traiano (PSDB), “faz parte do jogo democrático”

Deputado estadual Requião Filho (PMDB), vice-líder da oposição, cobra coerência dos parlamentares diante das denúncias contra Beto Richa: 'É incrível que os governistas aceitem servir de bucha de canhão do governador', diz; para o presidente da Assembleia Legislativa, Ademar Traiano (PSDB), “faz parte do jogo democrático”
Deputado estadual Requião Filho (PMDB), vice-líder da oposição, cobra coerência dos parlamentares diante das denúncias contra Beto Richa: 'É incrível que os governistas aceitem servir de bucha de canhão do governador', diz; para o presidente da Assembleia Legislativa, Ademar Traiano (PSDB), “faz parte do jogo democrático” (Foto: Roberta Namour)


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por Ricardo Gozzi, de Curitiba para Rede Brasil Atual

Curitiba – Uma série de denúncias de que o governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), teria usado recursos irregulares durante sua campanha à reeleição voltou a mobilizar a bancada de oposição ao governo na Assembleia Legislativa nesta segunda-feira (18). Ao mesmo tempo em que retomava a coleta de assinaturas para a abertura de uma CPI para apurar crimes cometidos na Receita Estadual, os deputados de oposição protocolaram hoje representação no Ministério Público Federal (MPF) para pedir a instauração de inquérito pela Polícia Federal com o objetivo de apurar crimes eleitorais supostamente cometidos na prestação de contas da campanha do tucano no ano passado.

As novas denúncias derivam da Operação Publicano, por meio da qual o Ministério Público do Paraná desbaratou um esquema de sonegação de impostos e pagamento de propinas envolvendo dezenas de fiscais e auditores da Receita estadual na região de Londrina. Em depoimento cujo teor foi revelado no último fim de semana, o auditor Luiz Antônio de Souza afirmou, após acordo de delação premiada, que a campanha do governador recebeu R$ 2 milhões angariados por esquema de corrupção. Souza também revelou a existência de metas de arrecadação e de uma casa para onde seria levado o dinheiro ilícito antes de ser remetido a Curitiba.

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“Além dos R$ 2 milhões sem a devida contabilização e declaração à Justiça Eleitoral, havendo indícios de caixa dois, o auditor contou também que as divisórias do comitê de Beto Richa em Londrina foram pagas pelo próprio Luiz Antônio de Souza – com nota fiscal emitida em seu nome”, afirmam os oposicionistas em representação assinada pelos deputados estaduais Ademir Bier (PMDB), Anibelli Neto (PMDB), Nereu Moura (PMDB), Péricles de Mello (PT), Professor Lemos (PT), Requião Filho (PMDB) e Tadeu Veneri (PT), encaminhada ao MPF.

Ao falar sobre o assunto antes da sessão de hoje na Assembleia Legislativa, o presidente da casa, Ademar Traiano (PSDB), optou por desqualificar o acusador, que está preso por participação no esquema de fraude na Receita e também é investigado por suspeita de envolvimento em uma rede de prostituição infantil no norte do Paraná. "O TRE (Tribunal Regional Eleitoral) já aprovou as contas do governador.

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Não podemos dar guarida a uma manifestação de alguém que é pedófilo, que está preso e usa como argumento uma mentira para tentar se autoproteger, reduzir a sua pena", declarou.

Esta não é, entretanto, a primeira vez que a lisura das contas de campanha do tucano à reeleição é questionada. Em setembro do ano passado, ao apresentar a primeira prestação parcial de contas de sua campanha, o PSDB apresentou "zerados" os números referentes aos gastos e à arrecadação, em um momento em que a campanha já estava na rua, afirmou durante entrevista à RBA o deputado estadual Requião Filho (PMDB), vice-líder da oposição. "Tentaram impugnar minha campanha por causa de uma despesa de R$ 27 no interior e no fim aprovaram as contas do Richa mesmo com ele tendo apresentado arrecadação e despesas zerados na primeira parcial", comparou.

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"Precisamos lembrar que o governador Beto Richa será investigado pela segunda vez por uso de caixa 2" de campanha, declarou Requião Filho.

Se ficar comprovado que Richa utilizou recursos não contabilizados em sua campanha, ele responderá por denúncia de crime eleitoral no Superior Tribunal de Justiça, “longe das pressões do Paraná”, prosseguiu o deputado. Apesar do comentário, o peemedebista rejeitou a interpretação de aparelhamento da justiça paranaense. "Eu não posso dizer a você que esteja aparelhado. O que me parece é que existe uma grande boa vontade."

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Paralelamente, a oposição retomou hoje a coleta de assinaturas para a abertura de uma CPI sobre a Receita. Das 18 assinaturas necessárias, porém, apenas nove foram obtidas até o momento. "A Assembleia existe para legislar e fiscalizar o Poder Executivo. A gente espera que agora, com os novos escândalos e a pressão popular, pelo menos os deputados que se dizem independentes vejam que é necessária essa CPI", disse Requião Filho.

"O incrível é que o governo tem uma base bastante coesa, digamos assim, e a gente não consegue entender até agora quais são os benefícios trazidos à base para que cometam esse suicídio político, de aprovar tudo que o Beto manda, aguentar todas as porradas, às vezes com o Beto se escondendo atrás da própria Assembleia", declarou o deputado. "É incrível que eles (os governistas) aceitem servir de bucha de canhão de um governador com 80% de rejeição, especialmente os mais novos, em primeiro mandato", concluiu.

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Questionado sobre essa situação, o tucano Traiano limitou-se a dizer que "isso faz parte do jogo democrático".

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