Renato Freitas: nada de recuos contra o bolsonarismo

Vereador petista diz que partido deve se dedicar a organizar as lutas do povo; veja o vídeo na íntegra

Vereador Renato Freitas, do PT
Vereador Renato Freitas, do PT (Foto: Reprodução/PT)


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Por Camila Alvarenga, do Opera Mundi - No programa SUB40 desta quinta-feira (02/09), o fundador de Opera Mundi, Breno Altman, entrevistou o vereador de Curitiba pelo Partido dos Trabalhadores, Renato Freitas.

Nascido em Sorocaba, o vereador cresceu na periferia de Curitiba e se uniu à luta organizada apenas na faculdade, quando começou a cursar Ciências Sociais na Universidade Federal do Paraná, curso que abandonou depois de um ano.

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Primeiramente filiado ao PT, depois ao PSOL, ele retornou ao PT já quando era estudante de Direito na UFPR. Mas Freitas afirmou que sempre foi politizado graças à cena do rap e do hiphop, da qual ainda faz parte.

Até por conta dessa trajetória, o vereador defende a luta nas ruas e enfatizou que recuar nas manifestações contra o bolsonarismo “é loucura”.

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Ele destacou a importância da luta de rua em Curitiba, que ele mesmo definiu como um “polo do bolsonarismo”, mas que vem avançando, elegendo pela primeira vez dois vereadores e uma vereadora negros: “Representamos outro rosto, uma possibilidade, mas a mudança de fato está por vir. Acho que ela virá da juventude, que vai ser determinante para virar a balança e eleger Lula”.

Freitas ainda se mostrou otimista com relação às eleições de deputados, inclusive se disponibilizando para ser candidato, mas confessou achar improvável que o PT eleja um governador no Paraná.

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Num balanço sobre o trabalho do partido, o vereador afirmou que a legenda precisa voltar para a base, “porque quando o fascismo ataca, ele começa pela margem, pela periferia, asfixiando, controlando e matando, então o partido tem que ter o pé e o espírito no povo”.

Mais do que isso, Freitas vê no trabalho de base a única alternativa para evitar que o PT se associe aos opressores e é isso que ele busca fazer como vereador.

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“Se você oferece oposição ao sistema a nível institucional por muito tempo, você deixa de ser opositor, se associa ao sistema e a única possibilidade para sair disso é fazer a pressão de fora para dentro. Trazer as pessoas dos bairros para a Câmara dos Vereadores, não ficar nesse toma lá, dá cá. E por isso já estão pedindo a cassação do meu mandato”, expôs.

Esquerda no poder

Com relação à eleição presidencial em 2022, Freitas reforçou que o PT é o único partido capaz de fazer um enfrentamento contra Bolsonaro, mas disse esperar que, desta vez, o partido não tenha ilusões com relação aos setores liberais e de que eles apoiariam uma candidatura de Lula contra o presidente.

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Fruto ele próprio de políticas públicas petistas, como o sistema de cotas raciais, o vereador disse que, diante de um novo governo de esquerda, ele gostaria de ver a retomada de políticas como o Minha Casa, Minha Vida, “porque quem paga aluguel é submetido a todas as humilhações possíveis e não tem o que fazer”.

“Acho que o PT [quando no governo] acertou em realizar a inclusão pelo consumo, a minha família pôde ter uma geladeira, mas isso, apesar de fundamental, se se dá sem a inclusão pelo conhecimento, pela cidadania e com conscientização, tão logo você para de dar, as pessoas viram as costas para o governo ou não compreendem que aquilo que elas têm foi graças a políticas sociais”, refletiu. 

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Nesse aspecto, ele espera que um novo presidente progressista aprenda com o passado e passe a dialogar e incluir o povo no governo: “A gente quer um partido em que a gente caiba e acreditamos que o PT é esse partido.”

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