Renato Freitas: “a legalidade é a religião do Estado”

O jovem vereador de Curitiba, em entrevista à TV 247, afirmou que, apesar do caráter de legalidade atribuído a certas instituições e normas, este é apenas uma aparência, “cega, sem convicção, sem fundamento”. “Uma baliza para uma esquerda que quer transformar a sociedade nunca pode ser a baliza legal”. Assista

Renato Freitas
Renato Freitas (Foto: Reprodução/Instagram)


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247 - O vereador de Curitiba Renato Freitas (PT) defendeu a postura de revolta contra as instituições que, mesmo que operem sob a cortina da legalidade, mantêm as relações de escravização. Ele comentava na TV 247 o incêndio na estátua de Borba Gato, que dividiu opiniões no campo progressista, com alguns defendendo a ação como parte de uma revolução, e outros apontando para o desvirtuamento do combate às “verdadeiras opressões”.

O jovem vereador explicou que a legalidade atribuída a certos atos, e a ilegalidade de outros, é uma “crença cega”, uma vez que, no passado, diversas atrocidades foram embasadas pela lei - em referência ao crime de incitação ao patrimônio público. 

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“Se você for ver na história do nosso País, o regime de escravização de seres humanos como nós era legal e, de acordo com a teoria da época, era justo. E era isso que se propagava por todos os homens de bem. A sociedade foi fundada nessa legalidade. Legalidade e Justiça, em um país como o nosso, sempre teve um fosso, que separa uma coisa de outra. A legalidade é a religião do Estado, assim como a meritocracia é a religião do capitalismo. É uma crença cega, sem convicção, sem fundamento”, disse Freitas.

Ele reforçou que o trabalho da esquerda deve ser justamente “transformar” estas convicções cegas em novas normas: “Uma baliza para uma esquerda que quer transformar a sociedade nunca pode ser a baliza legal. O que a gente tem que fazer é exatamente o oposto, transformar essas leis para que elas caibam em nossos sonhos”. “O golpe de 64 foi legal, o nazismo também foi legal, não sejamos inocentes”. 

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Rebeca Andrade 

Freitas comentou ainda sobre a prata olímpica da ginasta Rebeca Andrade. É a primeira medalha do Brasil na história da ginástica feminina, esporte tradicionalmente dominado por brancos, e foi conquistada por uma jovem negra da periferia de Guarulhos, na Grande São Paulo.

“Como a Daiane dos Santos falou, por muito tempo nesse País se renegou alguns esportes específicos para a população negra, como o futebol, as artes marciais de forma geral. Mas ginástica artística é como natação. Li um livro do Malcolm X em que ele diz que, na época dele no colégio, se ensinava que os ossos das pessoas negras eram mais pesados, e isso justificaria a ausência completa da população negra e do povo preto nas piscinas, nesses esportes. Essas teorias sempre existiram e a Rebeca está aí, quebrando esses paradigmas e mostrando horizontes possíveis, abrindo caminhos”, disse. 

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