Propina em escolas financiou campanha de Richa, diz delator
Empresário Eduardo Lopes de Souza, dono da Construtora Valor, afirmou em processo de delação premiada com o Ministério Público Federal que parte dos desvios de dinheiro para construção de escolas estaduais no Paraná, descobertos pela Operação Quadro Negro, serviriam para bancar as campanhas do governador Beto Richa (PSDB); Lopes é acusado de ter recebido dinheiro para construir escolas estaduais, cujas obras mal saíram do papel; prejuízo ao cofre público é estimado em R$ 20 milhões; no depoimento, Souza disse que começou a pagar uma mesada de R$ 100 mil para o governador
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Paraná 247 - O empresário Eduardo Lopes de Souza, dono da Construtora Valor, afirmou em processo de delação premiada com o Ministério Público Federal que parte dos desvios de dinheiro para construção de escolas estaduais no Paraná, descobertos pela Operação Quadro Negro, serviriam para bancar as campanhas do governador Beto Richa (PSDB).
Lopes é acusado de ter recebido dinheiro para construir escolas estaduais, cujas obras mal saíram do papel. As irregularidades são apuradas pela Operação Quadro Negro – o prejuízo ao cofre público é estimado em R$ 20 milhões.
Segundo as investigações, a fraude contou com a ajuda do ex-diretor da Secretaria da Educação, Maurício Fanini, que se dizia amigo pessoal do governador. A equipe chefiada por ele era responsável por produzir relatórios sobre o andamento das obras contratadas junto à Valor.
Os técnicos preparavam documentos fraudados, indicando que as obras estavam em andamento avançado, quando na verdade seguiam a passos bem mais lentos.
Em um dos depoimentos da delação, obtidos pelo G1 Paraná, Souza afirmou que Fanini mandava fazer as medições falsas porque não poderia faltar dinheiro para a campanha de Richa. Segundo o empresário, os dois esperavam levantar R$ 32 milhões para o governador, com os contratos que a Valor fechou com o poder público.
Em sete aditivos, a Valor recebeu cerca de R$ 6 milhões da Secretaria da Educação. Com essa tática, eles contavam que conseguiriam chegar aos R$ 32 milhões.
No depoimento, Souza disse que começou a pagar uma mesada de R$ 100 mil para o governador. Em janeiro de 2015, Fanini o chamou para dizer que teve uma reunião com Richa e ficou acertado que precisariam levantar a quantia.
Segundo o delator, o ex-diretor da Secretaria afirmou que o dinheiro ajudaria a financiar a campanha de Beto Richa ao Senado, do irmão dele, Pepe Richa, para deputado federal, e do filho do governador, Marcelo Richa, para deputado estadual.
O acordo de delação de Eduardo Lopes de Souza foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). O ministro Luiz Fux está analisando o caso.
Caso seja homologado, Souza deverá apresentar provas à Justiça sobre os atos ilegais que descreveu nos depoimentos. Em troca, ele poderá receber benefícios, como redução ou extinção de eventuais penas pelos crimes dos quais é acusado.
As informações são do G1 Paraná.
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