‘Prisões são a senzala moderna, que estabelecem um ciclo de autodestruição para os negros’, diz Renato Freitas
“Esses homens, de maioria negra, que são afetados indelevelmente, profundamente pela senzala moderna, que é o cárcere, são referências para tantos outros jovens que acabam seguindo esse caminho”, explicou o vereador de Curitiba à TV 247. Assista
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247 - O vereador de Curitiba Renato Freitas (PT) falou à TV 247 sobre a política de encarceramento no Brasil e explicou o “ciclo de autodestruição” promovido entre a população negra pelo sistema penal.“O Brasil conta com aproximadamente 800 mil pessoas presas. O perfil dessas pessoas: maioria jovem, quase 70%, maioria negro, também 70%, todos eles pobres, moradores de periferia de grandes centros urbanos e com ensino fundamental incompleto”, introduziu Freitas, que já foi preso mais de uma vez mesmo depois de ter assumido como vereador.
Em seguida, o parlamentar esclareceu que a grande presença de negros nas cadeias e a alta rotatividade desses cidadãos pelo sistema penitenciário faz com que os presos tornem-se espelho para as novas gerações de meninos negros que vivem marginalizados. “Desses 800 mil presos, [grande parte] cumpre pena de quatro a oito anos. Ou seja, é uma porta giratória. Se a cada quatro anos a gente renova, por exemplo, 500 mil presos, imagina em um período de 10 quantos milhões de pessoas criminalizadas [nós teríamos] nas periferias brasileiras. Esses homens, de maioria negra, que são afetados indelevelmente, profundamente pela senzala moderna, que é o cárcere, são referências para tantos outros jovens que acabam seguindo esse caminho”.
“Então é um ciclo de autodestruição que é muito difícil romper da forma com que a gente encontra hoje essas políticas. Por isso, a bandeira principal hoje do movimento negro, na minha opinião, tem que ser contra o genocídio, que se dá dessas duas formas: pelas mortes, pelo armamento e pela desvalorização da vida e contra o encarceramento”, completou.
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