Preso da Carne Fraca cita em áudio a interferência de Serraglio por empresa

Preso sob acusação de chefiar uma "organização criminosa" no setor de fiscalização agropecuária, Daniel Gonçalves Filho revelou a "pressão" que sofreu do deputado federal e atual ministro da Justiça, Osmar Serraglio, para favorecer grupo empresarial Averama, de Umuarama (PR), reduto eleitoral de Serraglio; segundo informações do jornalista Josias Souza, o caso envolve disputa pelo registro do Serviço de Inspeção Federal (SIF) com a BR Frango; "Não adianta você achar que vai me convencer, cara. Eu tenho que proteger uma firma que é lá de Umuarama, que me passou a imagem que ela está sendo vítima de estelionato", diz o ministro da Justiça de Temer

Preso sob acusação de chefiar uma "organização criminosa" no setor de fiscalização agropecuária, Daniel Gonçalves Filho revelou a "pressão" que sofreu do deputado federal e atual ministro da Justiça, Osmar Serraglio, para favorecer grupo empresarial Averama, de Umuarama (PR), reduto eleitoral de Serraglio; segundo informações do jornalista Josias Souza, o caso envolve disputa pelo registro do Serviço de Inspeção Federal (SIF) com a BR Frango; "Não adianta você achar que vai me convencer, cara. Eu tenho que proteger uma firma que é lá de Umuarama, que me passou a imagem que ela está sendo vítima de estelionato", diz o ministro da Justiça de Temer
Preso sob acusação de chefiar uma "organização criminosa" no setor de fiscalização agropecuária, Daniel Gonçalves Filho revelou a "pressão" que sofreu do deputado federal e atual ministro da Justiça, Osmar Serraglio, para favorecer grupo empresarial Averama, de Umuarama (PR), reduto eleitoral de Serraglio; segundo informações do jornalista Josias Souza, o caso envolve disputa pelo registro do Serviço de Inspeção Federal (SIF) com a BR Frango; "Não adianta você achar que vai me convencer, cara. Eu tenho que proteger uma firma que é lá de Umuarama, que me passou a imagem que ela está sendo vítima de estelionato", diz o ministro da Justiça de Temer (Foto: Aquiles Lins)


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Paraná 247 - O ex-superintendente do Ministério da Agricultura no Paraná Daniel Gonçalves Filho, preso pela operação Carne Fraca sob acusação de chefiar uma "organização criminosa" no setor de fiscalização agropecuária relatou a "pressão" que sofreu do deputado federal e atual ministro da Justiça, Osmar Serraglio, para favorecer grupo empresarial Averama, de Umuarama (PR), reduto eleitoral de Serraglio. 

As informações foram divulgadas pelo jornalista Josias de Souza. Leia trechos da reportagem:

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"Chama-se Averama o grupo empresarial socorrido por Osmar Serraglio. Seu representante legal é o empresário Célio Batista Martins Filho. Travava uma batalha judicial com um frigorífico da cidade paranaense de Santo Inácio, o BR Frango, do empresário Reinaldo Gomes de Morais. Disputavam a titularidade de um registro no Serviço de Inspeção Federal, o SIF. Incomodado com a recusa do superintendente Daniel em lhe conceder o registro, Reinaldo decidiu gravá-lo. Na conversa, sem saber que seu interlocutor portava um gravador, o servidor reconheceu-lhe o direito. 'Você é o detentor' do SIF, disse. 'Isso, juridicamente, não é eu que tenho que falar [sic]. Isso daí é a realidade.' Lamentou não poder agir. Por quê? Serraglio estava do lado de 'Celinho', como se referiu a Célio Filho, do Grupo Averama. Ouça o diálogo abaixo:

Reinaldo de Morais tratou de cavar encontro com Osmar Serraglio. Avistou-se com o então deputado no aeroporto da cidade paranaense de Maringá. Com seu gravador oculto, o empresário disse que obtivera decisão judicial reconhecendo seu direito ao registro do SIF. Advogado, Serraglio respondeu que a decisão, preferida por juiz de primeiro grau, estava sujeita a agravos. 'Isso aqui não vale nada', disse. Diante da insistência do dono da BR Frango, Serraglio atalhou-o: 'Não adianta você achar que vai me convencer, cara. Eu tenho que proteger uma firma que é lá de Umuarama, que me passou a imagem que ela está sendo vítima de estelionato.' Ouça abaixo esse trecho da gravação:

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Na mesma conversa, Serraglio sugeriu ao sócio da BR Frango que se entendesse com o gestor do Grupo Averama. As duas empresas haviam firmado um contrato para atuar em conjunto. Depois, por conta de desavenças financeiras, acusaram-se mutuamente de descumprimento do trato. E a coisa desandou. Reinaldo de Morais disse a Serraglio que tinha disposição para dialogar. Mas mencionou os obstáculos. Entre eles a recusa do servidor Daniel Gonçalves de devolver o SIF de sua empresa. A resposta de Serraglio não deixou dúvidas quando à sua ascendência sobre o então superintendente da Agricultura no Paraná: 'São as armas que nós estamos usando para ver se aquela coisa [o frigorífico] funciona'"

Também no caso das gravações feitas pelo empresário Reinaldo Morais, Osmar Serraglio foi beneficiado pelo foro privilegiado. Diante da queixa criminal formulada pelo dono da BR Frango, a Procuradoria da República em Curitiba submeteu o caso ao procurador-geral da República Rodrigo Janot, a quem caberia pedir autorização ao Supremo Tribunal Federal para investigar o então deputado Serraglio.

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Janot convidou Serraglio a se manifestar. Depois de ler as explicações que o acusado lhe enviou por escrito, o procurador-geral devolveu o processo à Procuradoria em Curitiba. Ele anotou em seu despacho: “Precipitou-se a Procuradoria da República no Estado do Paraná ao encaminhar os presentes autos à Procuradoria-Geral da República sem que fossem aprofundadas as investigações no âmbito de sua atribuição, porquanto a menção ao parlamentar ocorre de forma superficial e de menor importância em relação aos fatos apresentados como um todo”.

Com essas observações, Janot mandou arquivar a denúncia contra Serraglio. Mas fez questão de observar que deu por momentaneamente encerrado o episódio, sem prejuízo de sua reabertura caso surgissem novas provas, já que o Ministério Público Federal no Paraná daria prosseguimento às investigações em relação aos servidores do Ministério da Agricultura. 

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