Porto de Paranaguá tem obra na mira da Lava Jato

Além da Refinaria Getúlio Vargas (Repar), outra obra em solo paranaense, a ampliação do cais do Porto de Paranaguá, pode estar na mira da Operação Lava Jato; uma planilha apreendida com o doleiro Alberto Youssef no ano passado, que relaciona 750 contratos no País, menciona uma obra privada orçada em R$ 170 milhões; empresas negam irregularidades

Obras de construção do terceiro berço do Terminal de Contêineres do Porto de Paranaguá entram na fase final.
Obras de construção do terceiro berço do Terminal de Contêineres do Porto de Paranaguá entram na fase final. (Foto: Leonardo Lucena)


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Paraná 247 – Mais um empreendimento no Paraná pode ser alvo de investigação da Operação Lava Jato, da Polícia Federal (PF), que apura um esquema de corrupção na Petrobras envolvendo políticos, empreiteiras e funcionários da própria estatal. Além da Refinaria Getúlio Vargas (Repar), a ampliação do cais do Porto de Paranaguá pode estar na mira da PF, pois uma planilha apreendida com o doleiro Alberto Youssef no ano passado, que relaciona 750 contratos no País, menciona obra privada do porto, no litoral paranaense.

A obra citada na planilha foi orçada em R$ 170 milhões e ocorreu no Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP), uma concessão que funciona dentro do porto. O consórcio Redram-Tucumann venceu a concorrência, realizada no ano anterior. A execução da obra teve início em 2012.

Na planilha de Youssef, as obras no porto são relacionadas à construtora Redram, sediada em Curitiba, e ao responsável pelo setor de compras, Julio Muller Neto, que disse não ter ideia de como seu nome foi parar na planilha. Ele afirmou, também, que só ouviu falar de Youssef pela imprensa.

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A Redram e a Tucumann, que atuavam em conjunto, afirmaram que os valores da planilha são referentes a uma cotação de compra de tubos para a obra feita com a empresa Sanko Sider, investigada por participação no esquema da Lava Jato.

Tanto a Redram como a Tucumann disseram que esse negócio não foi fechado. A Sanko diz em nota, que não há registro de venda ao consórcio, mas uma "costumeira pesquisa de preços" que "não guarda relação com os fatos investigados", segundo informações do jornal paranaense Gazeta do Povo.

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O sócio da Sanko, Marcio Andrade Bonilho, responde em liberdade a dois processos na Justiça Federal pela participação no esquema da Lava Jato. De acordo com o MPF, a Sanko seria utilizada para efetuar contratos superfaturados e repassar parte dos valores a Youssef.

Bonilho confessou, em depoimento à CPI Mista da Petrobras, ter repassado R$ 33 milhões ao doleiro em comissão por "intermediar negócios com construtoras".

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Porto

A Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) informou que as operações da TCP são privadas e que os portos "englobam mais de 20 empresas arrendatárias, habilitadas para a execução de operações portuárias, e que realizam contratações de obras diretamente com empreiteiras", sem passar pelo aval da Appa.

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O TCP disse que o consórcio Redram-Tucumann respeitou "os processos estabelecidos para a compra de insumos e materiais e para a subcontratação de terceiros, o que inclui a cotação de ao menos três fornecedores para cada item", e, como consequência, resultou em mais de uma centena de fornecedores subcontratados.

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