'Partido que trata professores assim não pode se considerar democrata'

Analista político Paulo Vannuchi condena massacre contra professores paranaenses em ação repressiva da Polícia Militar do governador Beto Richa (PSDB); para ele, faltou também ética da mídia tradicional para noticiar os fatos: "Se houvesse jornalismo digno desse nome, o que deveria sair nos jornais da televisão e os impressos no dia seguinte? Se fosse um governo estadual comandado pelo PT, é evidente que haveria denúncias", acusa

Analista político Paulo Vannuchi condena massacre contra professores paranaenses em ação repressiva da Polícia Militar do governador Beto Richa (PSDB); para ele, faltou também ética da mídia tradicional para noticiar os fatos: "Se houvesse jornalismo digno desse nome, o que deveria sair nos jornais da televisão e os impressos no dia seguinte? Se fosse um governo estadual comandado pelo PT, é evidente que haveria denúncias", acusa
Analista político Paulo Vannuchi condena massacre contra professores paranaenses em ação repressiva da Polícia Militar do governador Beto Richa (PSDB); para ele, faltou também ética da mídia tradicional para noticiar os fatos: "Se houvesse jornalismo digno desse nome, o que deveria sair nos jornais da televisão e os impressos no dia seguinte? Se fosse um governo estadual comandado pelo PT, é evidente que haveria denúncias", acusa (Foto: Roberta Namour)


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por Redação Rede Brasil Atual
São Paulo – Em sua coluna de ontem (4) na Rádio Brasil Atual, o analista político Paulo Vannuchi comenta a mobilização dos professores paranaenses que, na última quarta-feira (29), foram vítimas da ação repressiva da Polícia Militar do governador Beto Richa (PSDB). Ele criticou o uso de balas de borracha disparadas contra os docentes na região da cabeça e também spray pimenta e até bombas de gás de efeito moral lançadas de helicóptero. "Um partido que trata assim nossos professores não pode se considerar democrata", diz.

Para Vannuchi, faltou também ética da mídia tradicional para noticiar os fatos. "Se houvesse jornalismo digno desse nome, o que deveria sair nos jornais da televisão e os impressos no dia seguinte? Vannuchi questiona a seletividade da cobertura dos meios de comunicação. "Se fosse um governo estadual comandado pelo PT, é evidente que haveria denúncias", acusa. O analista diz ainda que um pedido de apuração da Anistia Internacional deverá contribuir para elucidar as denúncias.

Segundo Vannuchi, agora que a principal razão para os protestos da semana passada – o projeto de lei que mexe nas regras para a aposentadoria dos servidores estaduais – já passou pela Assembleia Legislativa paranaense, Richa vai usar os fundos da previdência dos trabalhadores. "O governador fez sua campanha para a reeleição alardeando a saúde financeira do estado, para admitir uma quase falência semanas depois de ter vencido nas urnas no primeiro turno."

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O comentarista também lembrou que o Paraná tem história de repressão violenta contra professores, citando uma greve de 1988, quando a resposta policial foi com força desproporcional. Na ocasião, sob comando do agora senador Álvaro Dias, também do PSDB, a ação militar deixou dez feridos.

"Lamento que isso esteja acontecendo também com Beto Richa, sendo um triste retrato do que é o PSDB hoje. Lembrando de seu pai, José Richa, governador eleito em 1982. Geração seguinte, vemos seu filho se transformando num líder político assemelhado àqueles antigos parlamentares da extrema-direita. Acontece algo parecido com Aécio Neves, líder mais próximo da extrema-direita, e neto de Tancredo Neves, que era intermediador entre os militares e os movimentos sociais", afirma.

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Vanucchi registra um fato positivo do episódio da quarta-feira, destacando a "estreia" para o grande público do ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro: "A boa intervenção, lúcida, do ministro, que publicou na internet o quanto ficou chocado com o episódio e disse que não se pode bater em quem ensina nossos filhos".

O analista aproveita para avaliar os maiores atos públicos em comemoração ao Dia do Trabalho, ambos realizados em São Paulo, respectivamente pela CUT, CST e Intersindical e movimentos populares, e o outro, pela Força Sindical. "O 1º de Maio mostrou uma CUT aguerrida, uma liderança de Lula, que disse que vai para a estrada rearticulando os movimentos sociais em contraposição a essa ofensiva da direita, para que o Brasil não se torne nunca mais um palco de repressão e de sangue derramado por professores que lutam para manter seus direitos."

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