Odebrecht confirma que autorizou propina a Bendine

Em depoimento ao juiz federal Sérgio Moro nesta quinta-feira (09), o ex-presidente da empreiteira Odebrecht, Marcelo Odebrecht, confirma ter autorizado o pagamento de R$ 3 milhões em propina para Aldemir Bendine, presidente da Petrobras; de acordo com Odebrecht, o intuito dos pagamentos era evitar que Bendine pudesse atrapalhar interesses da empreiteira junto à Petrobras

Em depoimento ao juiz federal Sérgio Moro nesta quinta-feira (09), o ex-presidente da empreiteira Odebrecht, Marcelo Odebrecht, confirma ter autorizado o pagamento de R$ 3 milhões em propina para Aldemir Bendine, presidente da Petrobras; de acordo com Odebrecht, o intuito dos pagamentos era evitar que Bendine pudesse atrapalhar interesses da empreiteira junto à Petrobras
Em depoimento ao juiz federal Sérgio Moro nesta quinta-feira (09), o ex-presidente da empreiteira Odebrecht, Marcelo Odebrecht, confirma ter autorizado o pagamento de R$ 3 milhões em propina para Aldemir Bendine, presidente da Petrobras; de acordo com Odebrecht, o intuito dos pagamentos era evitar que Bendine pudesse atrapalhar interesses da empreiteira junto à Petrobras (Foto: Charles Nisz)


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Paraná 247 - O ex-presidente da Odebrecht Marcelo Odebrecht, delator da Operação Lava Jato, disse ao juiz federal Sérgio Moro que autorizou pagamento de propina ao ex-presidente do Banco do Brasil e da Petrobras, Aldemir Bendine. Odebrecht foi interrogado na manhã desta quinta-feira (09), na ação penal em que ele e Bendine são réus.

"Eu autorizei Fernando [Reis, ex-presidente da Obebrecht Ambiental] a ir pagando. Vá pagando, e nós vamos avaliando. Eu não me lembro de ter tido R$ 3 milhões, R$ 2 milhões, R$ 4 milhões. E aí Fernando deve ter acertado R$ 3 milhões", afirmou o empreiteiro. A defesa de Bendine afirmou que vai se manifestar somente após o interrogatório do cliente, marcado para 22 de novembro. Em sua delação premiada, o executivo já havia confirmado o pagamento. Odebrecht está preso na carceragem da Polícia Federal (PF), em Curitiba, desde a 14ª fase da operação, em junho de 2015. 

De acordo com Ministério Público Federal (MPF), foram feitas três entregas em espécie, no valor de R$ 1 milhão cada uma, em São Paulo, entre junho e julho de 2015. Parte da propina foi passada a Bendine com o pagamento de uma viagem internacional feita por ele no fim de 2015.

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Segundo Odebrecht, Bendine havia pedido R$ 17 milhões em propina, quando ele ainda era presidente do Banco do Brasil, por conta de um financiamento obtido pela empreiteira. Porém, só passou a considerar a realização dos pagamentos quando Bendine assumiu a presidência da Petrobras. O intuito era que Bendine não atrapalhasse os negócios da empreiteira com a Petrobras. De acordo com o executivo, Bendine nunca fez pedidos explícitos por propina.

Ainda conforme Odebrecht, depois que Bendine assumiu a presidência da estatal, ele procurou saber sobre a veracidade do pedido. Para o executivo, as circunstâncias em que ocorreram as reuniões com Bendine deram a entender que havia um pedido por propina. O advogado de Bendine questionou ao empresário se ele chegou a perguntar para o ex-presidente da Petrobras sobre os pagamentos. Odebrecht disse que essas coisas não precisam ser perguntadas.

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Odebrecht afirmou que esteve três vezes presencialmente com Bendine depois que ele assumiu a presidência da Petrobras. Os crimes ocorreram entre 2014 e 2017. Bendine tinha a missão de estancar a corrupção na Petrobrás. Mas, conforme os delatores da Odebrecht, Bendine já cobrava propina no Banco do Brasil e continuou cobrando na Petrobras.

Investigadores dizem que o pedido foi feito para que a empreiteira não fosse prejudicada em seus interesses na Petrobras. A Odebrecht decidiu pagar os R$ 3 milhões pelo Setor de Operações Estruturadas, como era chamada a área responsável pelas propinas na empresa. Bendine e os operadores financeiros envolvidos no caso tentaram dissimular a propina como se o dinheiro tivesse origem em serviços de consultoria prestados à empresa.

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