Moro já pré determinou que triplex é de Lula, reclama defesa

Durante o depoimento do ex-executivo da OAS Paulo Godilho, no processo em que Lula é acusado de receber um apartamento no Guarujá como pagamento, Sergio Moro é criticado pelos advogados de defesa por ter feito um "pré-julgamento" sobre a posse do imóvel, ou seja, antecipar a sentença condenatória do petista, insinuando que ele é dono do triplex e que teria o recebido de uma maneira "informal"; o embate ocorreu porque Moro perguntou a Godilho se ele sabia como seria feita a "transferência" da unidade que está em nome da OAS para Lula, partindo do "pressuposto" de que o imóvel já tinha um destino certo; reportagem de Cíntia Alves, no jornal GGN

Moro e Lula
Moro e Lula (Foto: Leonardo Attuch)


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Por Cíntia Alves, no jornal GGN Durante o depoimento do ex-executivo da OAS Paulo Godilho, no processo em que Lula é acusado de receber um apartamento no Guarujá como pagamento, Sergio Moro é criticado pelos advogados de defesa por ter feito um "pré-julgamento" sobre a posse do imóvel, ou seja, antecipar a sentença condenatória do petista, insinuando que ele é dono do triplex e que teria o recebido de uma maneira "informal".
 
O embate ocorreu porque Moro perguntou a Godilho se ele sabia como seria feita a "transferência" da unidade que está em nome da OAS para Lula, partindo do "pressuposto" de que o imóvel já tinha um destino certo, restando saber, se foi uma venda formal ou não.
 
"O senhor chegou a acompanhar o que foi feito com o partamento, se foi ou não foi transferido formalmente ao ex-presidente?", perguntou o juiz. Godilho negou conhecimento sobre eventual venda de qualquer imóvel pela OAS a qualquer cliente, pois não era da área responsável por esse tipo de tratativa.
 
Cristiano Zanin, defensor de Lula, apresentou uma questão de ordem, pedindo que o juiz tomasse mais "cuidado" com a escolha das palavras. "O senhor pressupõe que tenha sido transferido [a Lula] de uma outra forma [que não tenha sido formal]", disse um terceiro. "Exatamente", endossou Zanin, "há um prejulgamento."
 
Moro indeferiu o pedido do advogado e disse que a escolha dos termos para se referir a Lula e ao triplex era "bastante adequada". 
 
Acompanhe a partir dos 13 minutos:
 
 
EVIDÊNCIA IMPRECISA
 
Durante a audiência em Curitiba, Godilho foi confrontado pelo representante do Ministério Público Federal com uma mensagem de Whatsapp que ele supostamente teria enviado a seu filho. Na comunicação, uma referência é feita à Lava Jato.
 
"Consta aí troca de mensagens pelo WhatsApp Web do senhor com Lucas Piton Godilho. A conversa inicia com a seguinte expressão: 'Recebi o recado que o presidente quer me ver no Instituto. Vou?', e a resposta é: 'Vai, não tem nada a perder. Onde é, em São Paulo?' Em seguida, a resposta é: 'Sim, se é para ficar, é ir para Curitiba rs'. 'Vou nada kkkk'. 'Quem deu o recado?' 'O sócio do filho'."
 
Godilho observou o papel por alguns minutos, mas não conseguiu se recordar da mensagem. Então, percebeu que o número usado no relatório não era de seu filho e perguntou ao procurador quando foi enviada a suposta mensagem. Este último, por sua vez, respondeu que a data da comunicação não foi inserida no laudo. Moro, por fim, induziu Godilho a dizer que não recordava da mensagem e avançou para a próxima pergunta.
 
VIDA DESTRUÍDA
 
Ao longo de quase duas horas de depoimento, Godilho foi deixando pistas de que as acusações da Lava Jato sobre o triplex foram construídas com ajuda da grande mídia, que vazava conteúdo e criava uma narrativa que o colocou, ao lado de Pinheiro, no centro do olho do furacão. 
 
Emocionado, ele disse que se sente em "prisão domiciliar" perpétua, porque com a repercussão do caso, sua vida profissional foi destruída, com impacto sobre a estrutura familiar. Ele reclamou da espetacularização de sua condução coercitiva, e recebeu como consolo um "sinto muito" e "boa sorte" de Moro.
 
Godilho deu mais detalhes sobre o caso do sítio de Atibaia do que sobre o triplex, levando a outra reclamação da defesa de Lula sobre a permissividade do juiz Sergio Moro em deixar ou fazer gerar nos autos dessa ação, provas que servem a um outro processo. O sítio sequer teve o inquérito concluído.

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