Moro diz ser contra investigações de vazamentos de delações à imprensa
Responsável pela Lava Jato em primeira instância, o juiz federal Sergio Moro afirmou ser contrário à investigação de vazamentos à imprensa de trechos de delações premiadas sigilosas; "A partir do momento em que se compartilha a informação com outras pessoas, sempre vai surgindo a possibilidade de um vazamento ilegal. Pontualmente, realmente ocorreram vazamentos e muitas vezes se tenta investigar isso, mas é quase como se fosse uma caça a fantasmas, porque normalmente o modo de se investigar isso de maneira eficaz seria, por exemplo, quebrando sigilos do jornalista que publicou a informação. E isso nós não faríamos, porque seria contrário à proteção de fontes, à liberdade de imprensa. E eu não estou reclamando destas proteções jurídicas, acho importante", disse
✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.
Paraná 247 - Em entrevista após sua palestra em Harvard, nos EUA, o juiz federal Sergio Moro afirmou ser contrário à investigação de vazamentos à imprensa de trechos de delações premiadas sigilosas.
"A partir do momento em que se compartilha a informação com outras pessoas, sempre vai surgindo a possibilidade de um vazamento ilegal. Pontualmente, realmente ocorreram vazamentos e muitas vezes se tenta investigar isso, mas é quase como se fosse uma caça a fantasmas, porque normalmente o modo de se investigar isso de maneira eficaz seria, por exemplo, quebrando sigilos do jornalista que publicou a informação. E isso nós não faríamos, porque seria contrário à proteção de fontes, à liberdade de imprensa. E eu não estou reclamando destas proteções jurídicas, acho importante", disse.
As informações são de reportagem de Ricardo Senra da BBC Brasil.
"No mês passado, Moro determinou a condução coercitiva do blogueiro Eduardo Guimarães que antecipou no Blog Cidadania a condução coercitiva do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O blogueiro teve o sigilo de sua fonte quebrado após seu material de trabalho, como computador e celulares, ser apreendido.
Após ser criticado por jornalistas e entidades, como a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) e a Ong Repórteres sem Fronteiras, o juiz voltou atrás e determinou o sigilo do material apreendido onde continha o nome de quem passou a informação sobre Lula ao blogueiro.
O magistrado também argumentou que em alguns casos são feitas críticas improcedentes aos vazamentos da Lava-Jato, já que a Justiça Federal costuma divulgar documentos em seu site, à medida que os processos se tornem públicos. 'Nossa legislação exige que estes processos sejam conduzidos em público, que os julgamentos sejam públicos, e isso significa também que as provas acabam se tornando públicas em um momento no processo', disse."
Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:
Comentários
Os comentários aqui postados expressam a opinião dos seus autores, responsáveis por seu teor, e não do 247