Lava Jato: Executivo da Engevix reconhece propina
A defesa do vice-presidente da empreiteira Engevix, Gerson de Mello Almada, alvo da Operação Lava Jato, da Polícia Federal, reconheceu que fez pagamentos ao esquema de corrupção na Petrobras; na resposta enviada à Justiça Federal do Paraná, a defesa alegou que Almada sofreu ameaças do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa para fazer os pagamentos; segundo a defesa Almada, Costa passou a exigir "percentuais de todos os executivos das empreiteiras que tinham contratos com estatal"
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André Richter - Repórter da Agência Brasil
A defesa do vice-presidente da empreiteira Engevix, Gerson de Mello Almada, reconheceu hoje (22) que fez pagamentos ao esquema de corrupção na Petrobras. Na resposta enviada à Justiça Federal em Curitiba, na ação penal a qual ele responde, os advogados alegaram que Almada sofreu ameaças do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, para fazer os pagamentos.
Os advogados de Almada afirmaram que Costa passou a exigir "percentuais de todos os executivos das empreiteiras que tinham contratos com estatal". Acrescentaram que Paulo Roberto ameaçava os empresários, "um a um", com o poder econômico da Petrobras. Os advogados destacaram que o ex-diretor "prometia causar prejuízos no curso de contratos. Dizia que levaria à falência quem contrastasse seu poder, sinônimo da simbiose do poder econômico da mega empresa com o poder político do governo."
Para os advogados, Gerson Almada foi vítima do pragmatismo das relações políticas e por fazer parte de um grupo que "pecou" por não resistir a pressão para pagar propina.
"O pragmatismo nas relações políticas chegou, no entanto, a tal dimensão que o apoio no Congresso Nacional passou a depender da distribuição de recursos a parlamentares. O custo alto das campanhas eleitorais levou, também, à arrecadação desenfreada de dinheiro para as tesourarias dos partidos políticos. Não por coincidência, a antes lucrativa sociedade por ações, Petrobras, foi escolhida para geração desses montantes necessários à compra da base aliada do governo e aos cofres das agremiações partidárias", alegam os advogados.
Na petição, a defesa também pede a nulidade dos pedidos de busca e apreensão, das escutas telefônicas e da investigação criminal.
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