Lava Jato: delatores confirmam propina a Duque

Empresário Augusto Mendonça Neto (à esq.) confirmou à Justiça Federal paranaense que pagou propina a Paulo Roberto Costa e Renato Duque (centro), ex-diretores da estatal; o delator confirmou que a Toyo Setal, empresa da qual é sócio, participava de um "clube" de empreiteiras que prestavam serviços à Petrobras; outro delator, o executivo Julio Gerin de Almeida Camargo (à dir.), também confirmou ter pago propina da Duque e ao ex-gerente Pedro Barusco durante negociação de contrato da Refinaria de Araucária (PR); o valor foi de R$ 12 milhões, segundo Camargo

Empresário Augusto Mendonça Neto (à esq.) confirmou à Justiça Federal paranaense que pagou propina a Paulo Roberto Costa e Renato Duque (centro), ex-diretores da estatal; o delator confirmou que a Toyo Setal, empresa da qual é sócio, participava de um "clube" de empreiteiras que prestavam serviços à Petrobras; outro delator, o executivo Julio Gerin de Almeida Camargo (à dir.), também confirmou ter pago propina da Duque e ao ex-gerente Pedro Barusco durante negociação de contrato da Refinaria de Araucária (PR); o valor foi de R$ 12 milhões, segundo Camargo
Empresário Augusto Mendonça Neto (à esq.) confirmou à Justiça Federal paranaense que pagou propina a Paulo Roberto Costa e Renato Duque (centro), ex-diretores da estatal; o delator confirmou que a Toyo Setal, empresa da qual é sócio, participava de um "clube" de empreiteiras que prestavam serviços à Petrobras; outro delator, o executivo Julio Gerin de Almeida Camargo (à dir.), também confirmou ter pago propina da Duque e ao ex-gerente Pedro Barusco durante negociação de contrato da Refinaria de Araucária (PR); o valor foi de R$ 12 milhões, segundo Camargo (Foto: Leonardo Lucena)


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Paraná 247, com Agência Brasil - O empresário Augusto Mendonça Neto, um dos delatores do esquema de corrupção investigado na Operação Lava Jato, confirmou, em depoimento prestado à Justiça Federal, que pagou propina a Paulo Roberto Costa e Renato Duque, ex-diretores da empresa. Segundo Mendonça Neto, a propina estava "institucionalizada" durante a gestão dos acusados. O executivo Julio Gerin de Almeida Camargo, um dos delatores da Operação Lava Jato, também afirmou à Justiça Federal no Paraná, ter pago propina da Duque e ao ex-gerente Pedro Barusco durante negociação de contrato da Refinaria de Araucária (PR). O valor foi de R$ 12 milhões, segundo Camargo. Ele atuou junto ao Consórcio CCPR, das empresas Camargo Corrêa e Promon.

Em depoimento prestado ontem (3) ao juiz federal Sérgio Moro, responsável pela investigação, Mendonça Neto confirmou que a Toyo Setal, empresa na qual é sócio, participava de um "clube" de empreiteiras que prestavam serviços à Petrobras. Segundo o empresário, se os pagamentos não fossem feitos a Costa e Duque, as empresas de construção civil poderiam ser prejudicadas nos contratos.

"Nós tivemos dois contratos obtidos dessa forma. Pelo lado de Paulo Roberto, fui procurado pelo ex-deputado José Janene – morreu em 2010 –, que nos pressionou muito para que houvesse pagamento de comissão em nome da diretoria de Paulo Roberto. Pelo lado da diretoria de Renato Duque, eu fui procurado e discuti essas questões com o próprio Duque e Pedro Barusco, que era gerente de Engenharia da Petrobras na época. Eles me pediram, no caso do Paulo Roberto, 1%, e no caso do Renato Duque, 2%, sobre o valor do contrato", afirmou.

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O empresário relatou que o doleiro Alberto Youssef, preso na operação, atuava como operador financeiro e que havia cobrança "efetiva" para que a propina fosse paga.

"Pelo lado do Paulo Roberto, [os pagamentos] foram notas fiscais emitidas por empresas do gerenciamento deles. Depois das negociações com Janene, apareceu a figura do Alberto Youssef , que operava os pagamentos e, eventualmente, fazia as cobranças. Pelo lado da diretoria de Renato Duque, conseguimos notas fiscais de serviços que deveriam ter sido prestados na obra e não foram. Os fornecedores faziam os pagamentos onde havia sido indicado, contas no exterior ou entregues em recursos", declarou Mendonça Neto.

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Ele prestou depoimento como testemunha de acusação dos desvios nas ações penais abertas para investigar as empreiteiras que foram alvo da sétima fase da Operação Lava Jato, deflagrada em novembro do ano passado. Antes da operação, o empresário fez acordo de delação premiada no qual também confirmou o pagamento de propina aos ex-diretores da estatal. Ele também é réu.

A defesa de Renato Duque afirma que nunca houve recebimento de propina durante sua gestão. Paulo Roberto Costa fez acordo de delação premiada no qual indicou como funcionavam o pagamentos ilegais na estatal.

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O executivo Julio Gerin de Almeida Camargo, que depôs como testemunha de acusação, agia em nome do Grupo Toyo Setal, segundo a força tarefa da Lava Jato. Ele intermediava pagamento de propinas a diretores da Petrobras. "Tinha como regra 1%, mas isso era muito flexível e muitas vezes isso era negociado. No meu caso, sempre negociei para menor e nunca para maior. Eu paguei em torno de R$ 12 milhões. A maioria dos pagamentos eram feitos em contas indicadas no exterior e outra parte em reais aqui no Brasil", disse.

Camargo afirmou não ter conhecimento sobre pagamentos de propina da área de Abastecimento para este contrato. Mas na área de Engenharia foi incisivo ao apontar Duque e Barusco como recebedores de propinas. "Na área de Engenharia, especificamente, doutor Renato Duque e doutor Pedro Barusco", disse.

De acordo com ele, suas empresas foram utilizadas para o pagamento de propinas. "Havia uma regra do jogo. Se você não pagasse propina à área de Engenharia e de Abastecimento, o senhor não teria sucesso ou não obteria seus contratos na Petrobras", acrescentou.

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