Joaquim de Carvalho: o que Tacla Duran revelou precisa ser aprofundado

O depoimento do advogado Rodrigo Tacla Durán à CPMI da JBS foi um dos assuntos mais comentados nas redes sociais na tarde desta quinta (30), mas completamente ignorado pela mídia tradicional; segundo o jornalista Joaquim de Carvalho, Durán faz revelações por demais contundentes para serem ignoradas: a mais grave delas é que um dos membros da Lava Jato tentou lhe vender "facilidades" em seu acordo de delação

O depoimento do advogado Rodrigo Tacla Durán à CPMI da JBS foi um dos assuntos mais comentados nas redes sociais na tarde desta quinta (30), mas completamente ignorado pela mídia tradicional; segundo o jornalista Joaquim de Carvalho, Durán faz revelações por demais contundentes para serem ignoradas: a mais grave delas é que um dos membros da Lava Jato tentou lhe vender "facilidades" em seu acordo de delação
O depoimento do advogado Rodrigo Tacla Durán à CPMI da JBS foi um dos assuntos mais comentados nas redes sociais na tarde desta quinta (30), mas completamente ignorado pela mídia tradicional; segundo o jornalista Joaquim de Carvalho, Durán faz revelações por demais contundentes para serem ignoradas: a mais grave delas é que um dos membros da Lava Jato tentou lhe vender "facilidades" em seu acordo de delação (Foto: Charles Nisz)


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Jornal GGN - O depoimento do advogado Rodrigo Tacla Durán à CPMI da J&F na manhã desta quinta (30) e foi  um dos assuntos mais comentados do Twitter, segundo o ranking da rede social, o Trending Topics. Mas, para quem acompanha o noticiário nacional pela velha mídia, é como se esse depoimento não tivesse existido.

"Porque Tacla Durán nada contra a corrente e contesta a narrativa predominante de que Sergio Moro e os procuradores da república da Lava Jato são heróis, na batalha contra a corrupção", diz o jornalista Joaquim de Carvalho. Dar-lhe voz é contribuir para destruir mitos e, com isso, desmascarar a farsa da operação, que até aqui produziu como resultado mais expressivo o golpe contra a presidente Dilma Rousseff.

O que disse Durán que merece ser aprofundado:
1 - Ele não fez acordo de delação premiada, mesmo nas condições favoráveis que lhe teriam sido oferecidas por um amigo de Sergio Moro, o advogado Carlos Zucolotto, por considerar que estava sendo extorquido. Pelas conversas, o interlocutor que seria Zucolotto diz que estava negociando o acordo com DD - é possível que seja Deltan Dallagnol. Mas Tacla Durán não quis dizer de quem eram as iniciais e sugeriu que o amigo de Moro esclareça.

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2 - A Lava Jato lhe propôs delação a la carte.
Observação: Rodrigo Tacla Durán narrou o episódio em que o então procurador Marcello Miller lhe apresentou uma alista de políticos e perguntou se podia incriminar algum deles. A colaboração tem que espontânea, não pode ser induzida.

3 — A Odebrecht (ou a Lava Jato) plantou provas falsas nos acordos de delação premiada e nas operações de busca da Polícia Federal.
Observação: Que provas são estas? Extratos bancários falsos do Meinl Bank, a instituição de Antígua que a Odebrecht usava para pagar propina. Isso é crime de fraude processual.

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4 — O presidente e um diretor da UTC, Ricardo Pessoa e Walmir Pinheiro, mentiram à Procuradoria da República ao dizer que era ele, Tacla Durán, quem fazia as operações de câmbio ilegais.

Observação: essa acusação, feita bem depois do acordo de delação premiada, foi usada para vincular Tacla Durán ao caixa 2 da Odebrecht e, com isso, apertar o cerco contra o PT. Segundo os denunciantes, Tacla Durán entregava a cada dois meses pacotes de reais na garagem da sede da empresa. Mas a própria empresa diz que não tem registros de sua entrada na recepção nem imagens de vídeo.

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5 — Um consultor financeiro, Ivan Carratu, ligado à UTC, teria lhe recomendado contratar um advogado da "panela de Curitiba", para acertar a delação.
Observação: essa recomendação lhe teria sido feita por conversa de WhatsApp, cuja cópia foi entregue à CPMI, periciada.

6 — A Lava Jato ameaçou perseguir parentes de Tacla Durán se ele não fizesse um acordo de colaboração premiada.
Observação: Em razão dessas ameaças, a mulher, a ex-mulher, os filhos, a irmã e a mãe de Tacla Durán deixaram o Brasil e foram morar com ele na Espanha.

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Além de aprofundar esses pontos, a CPMI tem a oportunidade de analisar todo o material que foi encaminhado por Tacla Durán. São extratos bancários, registros de conversas por aplicativo, cópias de e-mails e ofícios.

Até aqui, a CPMI tem demonstrado que é preciso haver controle institucional sobre quem tem a prerrogativa de investigar a tudo e a todos, naturalmente sem tirar-lhes a independência. O limite é a lei, mas parece que os integrantes do Ministério Público e o Judiciário não parecem temê-la, pois parecem contar  que, no caso deles, não há sanção. Lei sem pena é inócua. O Brasil precisa de uma lei para punir abusos de autoridade.

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