Governo Richa assinou sete de dez contratos com empresa em ano eleitoral

Sete dos dez contratos que a empresa Valor Construtora e Serviços Ambientais firmou com a Secretaria de Estado da Educação (Seed), no governo Beto Richa (PSDB), foram assinados em 2014, ano eleitoral; em depoimentos ao Gaeco, no âmbito da Operação Quadro Negro, responsável por investigar desvio de verba que deveria ser empregado em obras de escolas públicas, duas pessoas ligadas à construtora disseram que parte do dinheiro público recebido por Eduardo Lopes de Souza, dono da empresa, foi destinado a campanhas eleitorais; na denúncia apresentada pelo Gaeco à Justiça Criminal, calcula-se um prejuízo aos cofres públicos de R$ 18 milhões, valor que pode ser maior, de acordo com as investigações

POSSE TRIBUNAL DE CONTAS DO PARANA , O GEVERNADOR BETO RICHA DURANTE COLETIVA A IMPRENSA.
POSSE TRIBUNAL DE CONTAS DO PARANA , O GEVERNADOR BETO RICHA DURANTE COLETIVA A IMPRENSA. (Foto: Leonardo Lucena)


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Paraná 247 - Sete dos dez contratos que a empresa Valor Construtora e Serviços Ambientais firmou com a Secretaria de Estado da Educação (Seed) foram assinados em 2014, ano eleitoral. A informações é da Gazeta do Povo. Em depoimentos ao Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), no âmbito da Operação Quadro Negro , duas pessoas ligadas à construtora disseram que parte do dinheiro público recebido por Eduardo Lopes de Souza, dono da empresa, foi destinado a campanhas eleitorais. Na denúncia apresentada pelo Gaeco à Justiça Criminal, protocolada no último dia 30, calcula-se um prejuízo aos cofres públicos de R$ 18 milhões, valor que pode ser maior, de acordo com as investigações.

Todos os contratos foram obtidos pela Valor Construtora a partir de licitações realizadas entre 2013 e 2015. Pelos valores iniciais acordados (sem levar em consideração os aditivos autorizados posteriormente) os dez contratos somam cerca de R$ 26 milhões. Quase a totalidade do dinheiro foi liberada, embora a empresa tenha executado somente uma parte dos serviços. A fraude ocorria a partir de falsas medições sobre a evolução das obras, o que permitia a liberação das faturas de pagamento.

Sobre o valor do prejuízo (R$ 18 milhões), as investigações apontam que o montante pode ser maior, porque não foram feitas perícias nas obras de construção de quadra esportiva coberta no Colégio Estadual Doracy Cezarino, em Curitiba, e de ampliação do Colégio Estadual Professora Linda Salamuni Bacila, em Ponta Grossa.

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Richa na mira de Janot

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, analisa se pede ou não a abertura de investigação contra o governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), em consequência das mais recentes descobertas da Operação Quadro Negro, capitaneada pelo Ministério Público (MP-PR). Um depoimento aponta que quase R$ 20 milhões foram desviados para a campanha do tucano em 2014. Ele nega.

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Três pessoas investigadas pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) mencionaram o nome de Richa. De acordo com uma delas, a assessora jurídica da construtora Valor, Úrsulla Andrea Ramos, a campanha de reeleição do governador e a de outros três candidatos a deputado estadual receberam recursos de dinheiro público, que deveria ter sido gasto em obras em escolas estaduais.

As campanhas mencionadas seriam a do filho do conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE) Durval Amaral, Ademar Traiano (PSDB), presidente da Assembleia Legislativa (Alep); o deputado estadual Tiago Amaral (PSB); e a de Plauto Miró (DEM).

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Outro nome mencionado nos depoimentos prestado aos investigadores é o do secretário estadual de Infraestrutura e Logística, José Richa Filho, irmão do governador. O irmão da vice-governadora Cida Borghetti, Juliano Borghetti – cunhado do deputado federal Ricardo Barros (PP-PR) –, é um dos 15 denunciados por envolvimento no esquema de fraudes (leia mais aqui).


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