Gleisi: “vamos continuar dizendo que é golpe, que é fraude”

Senadora Gleisi Hofmann (PT-PR) também questionou "como vai julgar uma presidente que não cometeu crime de responsabilidade"; após lembrar que tanto o MP como a perícia do Senado inocentaram a presidente, a parlamentar disse que o processo de impeachment "dá muito mais peso a questões formais, ao rito do que ao conteúdo; "Ou seja, acharam um rito e correram atrás do conteúdo para dizer que tem legalidade", afirmou

Plenário do Senado durante sessão deliberativa ordinária.

Em pronunciamento, senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR).

Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado
Plenário do Senado durante sessão deliberativa ordinária. Em pronunciamento, senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR). Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado (Foto: Leonardo Lucena)


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Paraná 247 - "Vamos continuar dizendo que é golpe, que é fraude e que isso não reflete o que está na Constituição brasileira". A declaração é da senadora Gleisi Hofmann (PT-PR), em referência à sessão dessa terça-feira (9) no Senado, onde, por 59 votos contra 21, a presidente eleita Dilma Rousseff virou ré e vai a julgamento no final de mês, quando pode sofrer o impeachment definitivo. 

"Estamos questionando o que é óbvio. Como vai julgar uma presidente que não cometeu crime de responsabilidade?", provocou a parlamentar durante entrevista à TV Senado.

Segundo Gleisi, as chamadas pedaladas fiscais, que eram o principal crime que a presidente teria cometido, foram desconstruídas. O MP mandou arquivar, a perícia que foi instalada pelo Senado disse que não tem autoria da presidente Dilma, o Banco do Brasil disse que não tem". 

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"Então por isso que temos dito que é um processo que dá muito mais peso a questões formais, ao rito do que ao conteúdo. Ou seja, acharam um rito e correram atrás do conteúdo para dizer que tem legalidade", afirmou.

Posição do MPF e da perícia do Senado

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O Ministério Público Federal concluiu que a "pedalada" fiscal envolvendo o Plano Safra, um dos motivos que baseiam o pedido de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff no Senado, não é operação de crédito, nem crime.

O órgão investigativo aplicou o mesmo raciocínio para outras "pedaladas" que não estão relacionadas com o pedido de impeachment, como as que envolvem atraso de repasses da União para a Caixa Econômica Federal pelo pagamento de programas como o Bolsa Família, seguro-desemprego e abono salarial.

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O procurador da República Ivan Cláudio Marx, responsável pelo caso aberto no MP do Distrito Federal, pediu arquivamento do inquérito. Em sua decisão, Marx levantou suspeitas sobre "eventuais objetivos eleitorais" com as "pedaladas" e afirmou que o caso "talvez represente o passo final na infeliz transformação do denominado 'jeitinho brasileiro' em 'criatividade maquiavélica'".

Uma perícia realizada por técnicos do Senado à comissão do impeachment, em resposta a perguntas feitas pela defesa e pela acusação da presidente Dilma Rousseff, conclui que ela não praticou as chamadas "pedaladas fiscais". O documento, assinado por três técnicos, observa que não houve ação de Dilma no atraso do repasse de R$ 3,5 bilhões do Tesouro ao Banco do Brasil para o Plano Safra, uma das acusações que constam no pedido de impeachment contra a presidente.

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"Pela análise dos dados, dos documentos e das informações relativos ao Plano Safra, não foi identificado ato comissivo da Exma. Sra. Presidente da República que tenha contribuído direta ou imediatamente para que ocorressem os atrasos nos pagamentos", diz trecho do laudo.

Senador dos EUA denuncia golpe

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Bernie Sanders, senador por Vermont que foi pré-candidato à Presidência dos Estados Unidos pelo Partido Democrata, tentou instar o governo do seu país a se posicionar sobre o impeachment da presidente Dilma. Em comunicado divulgado em seu site oficial, Sanders afirma que “para muitos brasileiros e observadores o controverso processo de impeachment [contra Dilma] mais parece um golpe de Estado” e destaca a falta de diversidade no gabinete ministerial imposto por Michel Temer.

"Eles [o governo interino] imediatamente substituíram uma administração diversa e representativa com um gabinete formado inteiramente por homens brancos" (leia mais aqui).

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