GGN: Moro quer construir a narrativa de que Lula destruiu provas

O que a força-tarefa tenta, dessa vez, é construir a narrativa de que a PF não encontrou "provas cabais" contra Lula na operação Aletheia porque o blogueiro avisou os investigados, o que teria viabilizado a destruição de evidências; leia reportagem do jornal GGN, de Luis Nassif

Sergio Moro e Lula
Sergio Moro e Lula (Foto: Leonardo Attuch)


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Do jornal GGN O juiz Sergio Moro revelou, nesta quinta-feira (23), que a polêmica ação da Lava Jato contra o blogueiro Eduardo Guimarães tem no debate sobre o sigilo da fonte jornalística uma questão completamente secundária. 
 
A Polícia Federal não bateu na porta da casa do editor do Blog da Cidadania, às seis da manhã do dia 21, para saber quem vazou a ele a informação de que o Instituto Lula seria alvo de busca e apreensão e o próprio ex-presidente, de condução coercitiva e quebra de sigilo fiscal.
 
O que a força-tarefa tenta, dessa vez, é construir a narrativa de que a PF não encontrou "provas cabais" contra Lula na operação Aletheia porque o blogueiro avisou os investigados, o que teria viabilizado a destruição de evidências. 
 
"O objetivo da investigação não era propriamente a de identificar a fonte da informação do blog, já que ela já estava, em cognição sumária, identificada desde o início, mas sim principalmente apurar se de fato o seu titular havia comunicado a decisão aos investigados previamente à própria divulgação no blog e a à diligência de busca e apreensão", explicou Moro no despacho.
 
Pressionado, o juiz excluiu do processo o material levantado no dia 21 sobre a fonte de Eduardo Guimarães. A decisão foi uma resposta ao protesto de vários jornalistas renomados e entidades que representam a classe, que sairam em defesa do blogueiro que teve seu direito ao sigilo da fonte ignorado porque, na visão da Lava Jato, ele é apenas um comerciante com intenção de obter uma carreira política, não um jornalista.
 
Moro ainda disse que o próprio blogueiro revelou à PF, "sem qualquer espécie de coação", quem foi o responsável pelo vazamento. "Um verdadeiro jornalista não revelaria jamais sua fonte", ironizou.
 
Ao final, Moro afirmou que "considerando o valor da imprensa livre em uma democracia e não sendo a intenção deste julgador ou das demais autoridades envolvidas na investigação colocar em risco essa liberdade e o sigilo de fonte, é o caso de rever o posicionamento" e determinar que a investigação prossiga sem segredo de Justiça e sem a parte que trata da identificação da fonte.
 
Porém, o material encontrado pode ser usado na investigação sobre as "condutas de violação do sigilo funcional pelo agente público envolvido e, quanto aos demais [como Guimarães], somente pelo suposto embaraço à investigação pela comunicação da decisão judicial sigilosa diretamente aos próprios investigados, já que esta conduta não está, em príncípio, protegida juridicamente pela liberdade de imprensa."
 
Para Moro, o importante é investigar a "divulgação indevida de dados sigilosos a investigados e a terceiros através do referido blog, colocando em risco à investigação."
 
Com isso, o juiz de Curitiba traçou o roteiro do que pretende a Lava Jato: sustentar que Eduardo Guimarães ajudou a equipe de Lula a obstruir uma investigação da Polícia Federal e dos procuradores da República.

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