Francischini e Hauly indicaram apadrinhados na Receita, afirma delator
O principal delator da Operação Publicano, Luiz Antônio de Souza, citou os deputados federais Fernando Francischini (SD) e Luiz Carlos Hauly (PSDB) como “alguns dos políticos” que “usaram de influência política” para tentar colocar apadrinhados em alguns cargos na Receita Estadual; de acordo com o advogado do delator, Eduardo Duarte Ferreira, “em todas as delegacias da Receita há uma movimentação política para indicação os delegados e inspetores de fiscalização"
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Paraná 247 - O principal delator da Operação Publicano, Luiz Antônio de Souza, citou, nesta segunda-feira (7), os deputados federais Fernando Francischini (SD) e Luiz Carlos Hauly (PSDB) como “alguns dos políticos” que “usaram de influência política” para tentar colocar apadrinhados em alguns cargos na Receita Estadual. De acordo com o advogado do delator, Eduardo Duarte Ferreira, “em todas as delegacias da Receita há uma movimentação política para indicação os delegados e inspetores de fiscalização".
"Na ocasião (da campanha de 2014) eram três grupos postulantes – um deles do próprio Luiz Antonio, apadrinhado pelo Luiz Abi e do Marcio Albuquerque, que acabou sendo delegado; outro grupo era indicação do secretario da Fazenda, o Hauly, que indicou Elio Zanzovo, que já tinha sido delegado em Maringá; outro grupo teria sido indicação do deputado Francischini, mas não lembro o nome de quem ele indicou. A indicação do Pizzato (delegado regional da Receita, auditor Roberto Pizzato) também teria sido do Luiz Abi", afirmou o defensor, conforme relato do UOL.
Ferreira afirmou que durante depoimentos muitas pessoas negaram as indicações políticas. Ele disse que se falou "em indicação técnica, sempre diziam que não havia indicação política. Agora o Elio Zanzovo confirmou o contrário. Ele é testemunha de defesa e disse que foi indicação política, sempre foi indicação política. Começa a indicar a ingerência política na receita, para dominar as delegacias".
"Segundo o Luiz Antônio é uma forma de poder e dinheiro. Fala que na Receita Estadual, ganhasse quem ganhasse (a eleição ao governo) só mudava o dono da cadeira, sempre os mesmos. O próprio auditor na Receita doava dinheiro na campanha. Essa organização tinha amparo na política estadual”, complementou.
Outro lado
De acordo com a assessoria, Francischini nega ter feito qualquer indicação política para a Receita Estadual. “Francischini não vai comentar por enquanto uma vez que não fez indicação alguma. Souza teria que provar o que o advogado dele divulgou. Por enquanto não se vê a necessidade do Francischini comentar algo”, diz a assessoria. O advogado de Francischini, Gustavo Kfouri, afirmou que o delator deveria apresentar os nomes dos delegados que teriam sido indicados por Francischini, e que o deputado pretende processar Souza pelas alegações.
O deputado federal Luiz Carlos Hauly, ex-secretário da Fazenda durante o primeiro mandato de Beto Richa, disse à Gazeta do Povo que, durante sua gestão como secretário, as indicações tiveram “natureza técnica e política”, mas nega que tenha havido qualquer disputa.
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