'Estou preparada para um novo governo no Paraná'
Ao final das eleições deste ano, quando o TRE/PR totalizar a apuração dos votos, Gleisi Hoffmann pode se tornar a primeira mulher da história eleita para governar o Paraná; senadora mais votada pelo estado em 2010, com mais de três milhões, a petista se diz "preparada para construir um novo governo no Paraná"; segundo a parlamentar, a saúde será prioridade, caso seja eleita; a ex-ministra-chefe da Casa Civil também negou acusações de perseguição política do governo federal ao Executivo estadual, governador pelo tucano Beto Richa
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Notícias Paraná - Ao final das eleições deste ano, quando o Tribunal Regional Eleitoral (TRE/PR) totalizar a apuração dos votos, Gleisi Hoffmann pode se tornar a primeira mulher da história eleita para governar o Paraná.
Curitibana, Gleisi viveu sua infância e adolescência no bairro Vila Lindóia, em Curitiba. Estudou nos colégios Nossa Senhora da Esperança e Nossa Senhora Medianeira. Formou-se em Direito pela Faculdade de Direito de Curitiba e é pós-graduada em Gestão de Organizações Públicas e Administração Financeira.
Em 2010 foi a primeira mulher eleita senadora e a mais votada no Paraná com mais de três milhões de votos. Em junho de 2011, Gleisi foi indicada ministra-chefe da Casa Civil, onde conheceu a estrutura do Governo Federal e ajudou a estruturar e definir programas de desenvolvimento econômico, inclusão social e melhoria da qualidade de vida dos brasileiros.
Entrevistamos a candidata para conhecer suas propostas para o governo do Paraná.
Quais motivos a levaram a aceitar o desafio de concorrer ao Governo do Estado?
Acredito que estou preparada para construir um novo governo no Paraná para que os paranaenses possam ser beneficiados ainda mais pelos avanços conquistados pelo Brasil nos últimos anos. O Paraná é um Estado rico, com gente trabalhadora, mas está perdendo oportunidades. Precisamos de um governo que seja proativo, tenha determinação e força de vontade.
Quero a oportunidade de mostrar ao povo paranaense que é possível fazer diferente, é possível fazer mais e é possível mudar para melhor. Nos dois anos e sete meses que estive na Casa Civil sob o comando da presidenta Dilma, ajudei a reestruturar programas e projetos que mudaram e estão mudando para melhor a vida de milhões de brasileiros. Hoje, eu conheço os desafios do Brasil e os desafios do Paraná e quero colocar toda experiência adquirida em favor da população paranaense e do Estado do Paraná. Sei onde buscar recursos para os projetos de desenvolvimento do Estado. Sei da responsabilidade que nos espera, mas sei também que o trabalho sério e competente é o caminho para fazer.
Como pretende conduzir o seu governo?
Vamos inaugurar um governo que olhe para todas as regiões do estado, para todas as cidades com o mesmo carinho e a mesma atenção. Chega de governos que olham apenas para seus redutos eleitorais condenando municípios e regiões onde tiveram menos votos ao abandono. Vamos sepultar o governo para poucos e mostrar que trabalho é a palavra chave de um governo com projeto de desenvolvimento regional que considera as particularidades de cada território, de cada município.
No nosso governo também queremos a participação da sociedade civil paranaense em todos os grandes debates que envolvam a administração estadual. Essa participação se efetivará por meio de reuniões em todas as regiões do Estado e através do uso da tecnologia, que hoje pode aproximar as pessoas das administrações públicas. Nosso governo irá estimular a participação cidadã como método de gestão e garantir instâncias permanentes de diálogo.
A atual administração estadual alega que foi perseguida pelo governo federal, que não teria repassado recursos ao estado. O Paraná está mesmo sendo perseguido?
De forma alguma. Pelo contrário. Posso falar com propriedade, como senadora e ex-ministra-chefe da Casa Civil, sobre o volume de investimentos repassados ao Paraná pelo governo federal.
Somente com os Programas de Aceleração do Crescimento, os PACs 1 e 2, o Paraná recebeu nos últimos 11 anos R$ 47 bilhões. Forte investimento foi feito para melhorar a mobilidade urbana em diversos municípios paranaenses.
Para expandir os serviços de água e esgoto no Estado foram investidos pela União R$ 3,3 bilhões, além de R$ 1,2 bilhão em obras de drenagem.Para financiar a produção de riqueza agrícola do estado foram liberados R$ 67,9 bilhões entre 2011 e 2014. Estive, em junho de 2013, em Umuarama, na entrega das últimas 47 unidades do total de 1.101 equipamentos distribuídos em 367 municípios entre retroescavadeiras, motoniveladoras e caminhões-caçamba, sem custo algum aos municípios.
Com o programa Minha Casa Minha Vida são mais de 200 mil moradias contratadas no Estado com investimento superior a R$ 15 bilhões. O Bolsa-Família beneficia 415 mil famílias paranaenses. O programa Mais Médicos, somente no Paraná, tem 868 profissionais trabalhando em 308 municípios e em um distrito indígena, beneficiando 2,9 milhões de pessoas.
As enchentes promoveram um cenário desolador no Estado, também em junho deste ano. Entretanto ocorreu pronto-atendimento do governo federal para auxiliar os municípios atingidos, com a destinação de R$ 7,4 milhões em recursos materiais, serviços e dinheiro para o Paraná.
Não fosse a incompetência e falta de projetos do governo Beto Richa, estes números poderiam ser ainda maiores.Bilhões foram comprovadamente investidos pelo governo federal para promover o bem-estar do povo paranaense nos últimos anos. Diferente da administração estadual, o governo federal tem realizações para listar e comprovar que o Paraná é um importante estado dentro da União, merecedor de toda atenção e respeito.
Que setor será prioridade em seu governo, caso seja eleita?
A saúde será prioridade no meu governo. Uma área que afeta tão diretamente a vida das pessoas deve ser tratada com muita atenção e não com descaso, como acontece hoje no Paraná.Entre os 26 estados do Brasil, o Paraná é um dos quatro piores em investimentos de recursos próprios na saúde, com investimento de R$ 172,00 por ano por habitante. Nos últimos três anos, o governo estadual não investiu o mínimo de 12% exigido por lei em Saúde. O Estado não comparece com a contrapartida para o programa Saúde da Família, não tem uma rede estabelecida para saúde mental, o SAMU cobre apenas 62% da população e a atenção à saúde materna tem problemas, como o excessivo número de cesarianas.
No nosso governo vamos investir mais em saúde do que determina a lei, isso é uma questão prioritária para mim. Assumo esse compromisso como mulher e como mãe.
Uma das nossas propostas para melhorar o atendimento à população será o “Mais Médicos – Especialistas”, inspirado no modelo do Governo Federal. Vamos oferecer atendimento com prioridade para a ginecologia, a pediatria, a geriatria, a oncologia e a cardiologia. Com o programa Exame na Hora Certa, vamos acabar com as filas de espera por exames clínicos e de laboratório. Vamos contratar pessoal e equipar hospitais regionais e consórcios municipais de saúde. Também vamos conectar em rede as unidades básicas de saúde para fazer a análise de exames e seu diagnóstico à distância, em tempo real. O programa vai agilizar o atendimento médico, facilitando a troca de informações entre médicos e pacientes.No nosso governo estaremos completamente focados em melhorar a qualidade de vida para todos os paranaenses.
Uma das grandes reclamações da população é a área de Segurança. Como avalia esse setor e como pretende melhorar a segurança dos paranaenses?
O Sistema Estadual de Segurança Pública está completamente desorganizado. Atualmente, o Paraná é um dos estados que menos investe em Segurança Pública (21º lugar). Além da falta de investimentos, também falta gestão.
No nosso governo a polícia estará mais próxima da população e trabalhará com mais inteligência. Vamos implantar centros integrados de comando, que funcionarão 24 horas, e teremos módulos móveis da Polícia Militar fazendo o policiamento em áreas definidas de cada cidade.
Através do Programa de Aceleração do Crescimento Paraná (PAC – Paraná) o nosso governo realizará inúmeras obras para recuperação e modernização das estruturas físicas do governo. No caso da Segurança os investimentos serão realizados visando à construção, reforma e melhorias de presídios, delegacias de polícia, quartéis de corpo de bombeiros, por exemplo, melhorando as condições de trabalho para o servidor público e o acolhimento do usuário que recorre a esses serviços.
Além disso, é necessário dar condições adequadas de trabalho que preservem a integridade das equipes, aí contemplando escalas, equipamentos, uniformes, instalações, viaturas e armamentos. Chega de governo que não valoriza seus profissionais da segurança pública e que não garante nem o combustível para as viaturas ou a ração para os cães da Polícia Militar.
Segurança é coisa séria e nós vamos trabalhar para fazer do Paraná um estado efetivamente seguro para a sua gente.
E suas propostas para a Educação?
Nos últimos quatro anos, o Paraná investe cada vez menos em Educação, em proporção à receita pública. O resultado é a ausência do Estado na política de educação infantil, professores em situação precária de trabalho, grande parcela dos jovens de 15 a 17 anos fora da escola e apenas 28% delas com laboratório de ciências, por exemplo.
Uma política responsável nessa área deve tanto aprimorar a gestão da escola; quanto valorizar os profissionais da educação, com plano de carreira e qualificação adequadas.
No nosso governo, vamos apoiar a implantação do ensino pré-escolar em todos os municípios do Paraná até 2016 e ampliar o número de vagas nas creches em parceria com o programa Proinfância do Governo Federal. Também temos como meta levar a educação integral a no mínimo 30% das escolas da rede estadual.
Com a parceria que teremos com o novo governo da Presidenta Dilma, vamos fortalecer nossas universidades estaduais que não podem ser tidas como problema, mas como oportunidade para o desenvolvimento do nosso Estado. Também vamos seguir buscando mais vagas nas universidades federais no estado, aumento da oferta de PROUNI e FIES para alunos do Paraná e mais vagas no PRONATEC. Não mediremos esforços para promover a capacitação da força de trabalho. Parcerias com o Governo Federal, via Finep, Programa Ciência Sem Fronteiras, BNDES, Pronatec e outros, devem potencializar essas ações.
Candidata, qual a importância das obras de revitalização do Contorno Sul para Curitiba e região?
Estive no último dia 23 de julho, reunida com empresários, comunidade e lideranças na Cidade Industrial onde debatemos as obras de restauração e adequação da capacidade do Contorno Sul. Ouvi todas as sugestões que serão essenciais para o meu Plano de Governo.
Na penúltima visita da presidenta Dilma em Curitiba, em maio passado, ela anunciou investimentos de aproximadamente R$ 400 milhões, que contemplam o Contorno Sul entre outras obras na região.
A licitação das obras deve ser realizada em setembro e o início dos trabalhos já em 2015. É um ganho para a região Sul de Curitiba e para os municípios vizinhos que utilizam o trecho. O projeto prevê seis faixas de rolamento, três em cada sentido; construção de novas trincheiras e adequação das atuais; execução de passarelas para pedestres, além de mais uma via marginal que receberá calçadas, paisagismo, iluminação, para formar um binário com a Avenida Juscelino Kubistchek, que será revitalizada.
O Contorno Sul foi um dos problemas que já teve uma solução de melhoria, mas é preciso rever as condições de todos os acessos que margeiam Curitiba e levam aos municípios vizinhos da capital e que necessitam de projetos e investimentos.
Caso seja eleita, como a parceria com o Governo Federal poderá beneficiar os municípios paranaenses?
É preciso que os municípios apresentem projetos junto ao governo Federal.
Sabemos da carência da maioria deles de pessoal qualificado para desenvolver projetos. A solução é abrir a porta das Universidades Estaduais para que os projetos desenvolvidos por professores e estudantes possam ser utilizados pelos pequenos municípios.
Só para citar um exemplo de como a parceria com o Governo Federal pode ser benéfica, em Curitiba a gestão Gustavo Fruet apresentou projetos e, em um ano e meio, já garantiu recurso para construção de 24 novas creches, por meio do programa Proinfância PAC 2 e investimento superior a R$ 51 milhões.
Nossa proposta é auxiliar os municípios a seguirem este exemplo de buscar os recursos no Governo Federal com projetos consistentes que possam beneficiar as pessoas, melhorando a qualidade de vida.
Em relação ao transporte público sabe-se que o Metrô em breve será uma realidade em Curitiba. Qual foi sua participação para que o projeto se concretizasse?
Curitiba sempre foi referência no transporte público e administrou muito bem isso. O advento do metrô é sem dúvida uma nova realidade que irá contribuir muito na mobilidade da cidade.
Como ministra-chefe da Casa Civil, ajudei a fazer a ponte entre Prefeitura e Governo Federal, indicando os caminhos que o Município deveria seguir. É isso que temos condições de fazer em relação a todos os outros Municípios do Paraná.
O metrô será o maior investimento da história de Curitiba. São mais de R$ 5 bilhões, que trarão 17,3 quilômetros de extensão, ligando a Cidade Industrial de Curitiba (CIC) ao Cabral, no eixo Sul-Norte da cidade. Além do metrô, temos que olhar para o BRT – Transporte Rápido por Ônibus, identificar as falhas e buscar soluções para que de forma objetiva consigamos ampliar e melhorar a qualidade da frota existente. Isso vai mudar a vida das pessoas para melhor.
*Com Assessoria
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