"Essa igreja é nossa", diz Renato Freitas sobre ato na igreja de Rosário dos Pretos; ele nega invasão e irá à missa no sábado
Vereador teve apoio do padre Júlio Lancellotti e de frei David, da Educafro. PT prepara defesa do mandato de Freitas, que enfrenta forte articulação da direita
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247 - O vereador de Curitiba Renato Freitas (PT) concedeu entrevista à TV 247 nesta terça-feira (8) para falar da polêmica acerca do ato que comandou dentro da igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos de São Benedito, no centro histórico da capital paranaense, no último sábado (5). Ele recebeu apoio e solidariedade do padre Júlio Lancellotti e de frei David, da Educafro. Na conversa, reconheceu que o ato acabou demonstrando-se um equívoco pelas consequências políticas e que irá à missa na igreja no próximo sábado. Mas negou que tenha sido uma invasão: "a Igreja estava vazia e entramos, não invadimos".
Renato Freitas manifestou preocupação com a articulação da direita para cassar seu mandato em Curitiba. Mais cedo, o presidente do PT na cidade, Ângelo Vanhoni, disse ao 247 que o partido está articulando a defesa do mandato de Freitas e que pretende acompanhá-lo à missa no sábado.
Freitas explicou que a manifestação não foi marcada para acontecer dentro da igreja, mas diante dela e que o local tem um simbolismo para os negros de Curitiba, por ter sido erguida por escravos em 1737. O objetivo era protestar contra os assassinatos de Moïse Kabagambe e Durval Teófilo Filho.
No decorrer da manifestação, contou Freitas, um padre e uma senhora passaram a discutir com manifestantes, afirmando que eles não deveriam protestar naquele local. Como resposta, os manifestantes disseram que a igreja foi construída justamente para abrigar a população negra, e então decidiram entrar. "Essa igreja é nossa. Vamos passar nossa mensagem lá dentro", disseram os manifestantes, de acordo com Freitas.
O vereador nega que tenha ocorrido uma invasão. "as portas estavam abertas. Igreja aberta não se invade, se entra".
Segundo Freitas, o padre Júlio Lancellotti fez um convite a ele: "Me convidou para ir à missa que acontecerá na mesma igreja no sábado, e eu irei. Depois vamos fazer uma missa nossa do lado de fora, na rua".
Sobre as críticas feitas ao vereador no sentido de que, com o ato, ele municiou adversários de direita para a campanha contra a esquerda durante as eleições de 2022, Freitas se defendeu: "não importa o que eu fizer, eles só querem um pretexto. Não foi assim quando o Lula foi visitar os terreiros de candomblé na Bahia? Não é assim com todos os movimentos e com todas as nossas ações?".
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