Em carta, Arquidiocese pede que Câmara de Vereadores não casse mandato de Renato Freitas

Parlamentar enfrenta um processo no Conselho de Ética por ter feito um protesto antirracista dentro da Igreja do Rosário em 5 de fevereiro deste ano

(Foto: @malikfotografia)


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Rogério Galindo, Plural Curitiba - A Mitra da Arquidiocese de Curitiba enviou uma carta aos vereadores da cidade pedindo que o vereador Renato Freitas (PT) não seja cassado. O petista enfrenta um processo no Conselho de Ética por ter feito um protesto antirracista dentro da Igreja do Rosário em 5 de fevereiro deste ano. Vários integrantes da Câmara pediram a cassação de Freitas por quebra de decoro, afirmando que ele invadiu o local e desrespeitou a Igreja Católica.

Na manifestação da Igreja, enviada ao vereador Sidnei Toaldo (Patriotas), relator do caso no Conselho de Ética da Câmara, a Mitra sugere que a punição seja proporcional aos fatos. Ao contrário do que vários vereadores afirmaram, a Arquidiocese confirma o que Renato sempre disse e que ficava claro nos vídeos: que o vereador só entrou para se manifestar na igreja depois do fim da missa.

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A carta da Arquidiocese inclusive faz elogios à luta antirracista do vereador. O protesto marcado para a frente da Igreja do Rosário, símbolo da história dos negros em Curitiba por ter sido construída originalmente por escravos, no século dezoito, tinha como origem o assassinato de dois homens negros nos dias anteriores, um congolês e um brasileiro.

“A manifestação contra o racismo é legítima, fundamenta-se no Evangelho e sempre encontrará o respaldo da Igreja”, diz o documento. “Percebe-se no vereador o anseio por justiça em favor daqueles que historicamente sofrem discriminação em nosso país. A causa é nobre e merece respeito.”

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O texto diz que houve excessos na manifestação e diz que a Igreja “em favor de uma medida disciplinadora proporcional ao incidente”, mas evitando a pena de cassação.

O documento pode ser fundamental na defesa de Freitas, uma vez que a Igreja Católica é vista como a principal vítima dos atos do vereador. As reclamações da Cúria, inclusive, foram um dos fatores fundamentais para que os vereadores entrassem com os pedidos de processo disciplinar contra o colega. Portanto, a admissão de que os fatos se deram apenas após o fim da missa e o pedido para que ele não seja cassado certamente terão um peso.

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Freitas, que está no primeiro mandato, já foi levado uma vez ao Conselho de Ética anteriormente por ter criticado vereadores evangélicos. A bancada religiosa, desde então, vê no vereador um inimigo e liderou os pedidos por sua cassação.

Leia a íntegra da carta da Mitra da Arquidiocese de Curitiba.

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