"É uma temporada de caça e a gente é a presa", diz vereador negro Renato Freitas, preso em Curitiba

À TV 247, o vereador curitibano contou exatamente o que ocorreu no momento da sua prisão pela Guarda Civil Municipal: “eu caí, quebrei um dente, ralei todo meu queixo, deslocaram meu ombro direito, estou com uma série de hematomas. E eles ficaram me chamando de ‘lixo’”. Assista

Renato Freitas
Renato Freitas (Foto: Divulgação)


✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.

247 - O vereador de Curitiba Renato Freitas (PT), preso na sexta-feira (23) no centro da capital paranaense por protestar contra Jair Bolsonaro, se emocionou ao contar à TV 247 o que ocorreu no episódio que culminou em sua prisão pela Guarda Civil Municipal da capital e relatou estar “com o corpo todo machucado”, com hematomas no braço, no rosto, nas costas e até mesmo com um corte na virilha. “É uma temporada de caça e a gente é a presa. No vídeo fica muito nítida essa postura de caça deles né. Eu estou com meu rosto todo esfolado porque eles arrastaram minha cara no chão para eu virar o rosto para que eles pudessem tirar uma foto para eu ser uma espécie de troféu deles, para tentar mandar uma mensagem de que mesmo a gente estando como vereador a gente está submisso a arbitrariedade deles”, analisou.

O vereador contou que estava com um megafone protestando contra Bolsonaro e convidando os cidadãos que passavam pelo local para a manifestação nacional contra o governo que ocorreria no sábado (24). Um bolsonarista, então, se aproximou se apresentando como policial e disse que se Freitas voltasse a gritar contra Bolsonaro ele seria preso com base na Lei de Segurança Nacional (LSN).

continua após o anúncio

O vereador não se amedrontou e seguiu com seu protesto, quando recebeu um tapa no rosto. Freitas disse ter se defendido com o megafone, empurrando o objeto contra o rosto do suposto policial. Pouco tempo depois o homem voltou com guardas municipais. Ele disse aos policiais que as câmeras de segurança da cidade poderiam comprovar sua versão dos fatos, bem como as testemunhas que lá estavam. “Eu tinha testemunhas e tinha prova documental. Era fácil verificar que eu era a vítima da situação, mas mesmo assim eles já vieram com um propósito, que era me humilhar”.

Começaram, então, as agressões, segundo Freitas: “um me pegou pelas pernas, o outro já me jogou no chão, eu caí, quebrei um pedacinho do meu dente, ralei todo meu queixo, sangrou, deslocaram meu ombro direito, estou com uma série de hematomas. E os policiais enquanto me prendiam davam risada”.

continua após o anúncio

“Depois eu fui ver no canal que eles têm no Youtube que eles desde o início já estavam filmando e já estavam acionando outras viaturas. Foram dez viaturas para efetuar a prisão. Me algemaram, me colocaram no porta-malas da viatura, colocaram um rock e começaram a cantar a música em último volume comemorando minha prisão. Chegando na delegacia, ficaram me chamando de ‘lixo’”, completou.

Não é a primeira vez que Renato é preso já durante o mandato. Há menos de dois meses, ele foi detido pela Polícia Militar. Na entrevista desta semana, o vereador chamou a polícia de “extremamente racista” e ironizou o título de “capital europeia” atribuído a Curitiba. “Eu fui dormir revoltado e acordei profundamente triste”, lamentou, acrescentando, porém, que foi fortalecido pelas mensagens de apoio.

continua após o anúncio

Inscreva-se na TV 247, seja membro e compartilhe:

continua após o anúncio

iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

Comentários

Os comentários aqui postados expressam a opinião dos seus autores, responsáveis por seu teor, e não do 247

continua após o anúncio

Ao vivo na TV 247

Cortes 247