Dino detona Deltan por divulgar mentiras: "destrói a democracia"
"Isso não é apenas mentira, é canalhice", disse o ministro da Justiça em referência ao deputado do Podemos-PR e ex-procurador da Lava Jato
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247 - O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, criticou o deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos-PR). Sem provas, o parlamentar disse que o ministro precisou fazer acordos com bandidos para visitar o Complexo da Maré no dia 13 de março. "A mentira corrompe os costumes políticos e morais e, portanto, destrói a democracia. Não é apenas fake news. Isso é mentira. Isso não é apenas mentira, é canalhice", afirmou Dino em coletiva de imprensa.
"Publicaram de modo irresponsável, de modo criminoso, que eu havia visitado uma determinada comunidade do Rio de Janeiro para fazer acordo com o crime organizado. Eu lamento e espero que isso sirva de pedagogia para que esse senhor, recém-ingresso na política, cumpra os mandamentos morais e éticos que todo cidadão deve ter, sobretudo quando se trata do respeito à verdade", acrescentou.
Condenações
Dallagnol era procurador da Operação Lava Jato em primeira instância jurídica, que tinha denúncias e processos julgados em Curitiba (PR). No ano passado, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) condenou o parlamentar a indenizar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em R$ 75 mil por causa da apresentação do PowerPoint em 2016.
A partir de 2019 começaram a ser divulgadas na imprensa as conversas entre Dallagnol e o atual senador Sergio Moro (União Brasil-PR), que era juiz e ficava responsável pelos julgamentos da Lava Jato na primeira instância. De acordo com os diálogos, conhecidos como Vaza Jato, Dallagnol aceitava interferência de Moro nas elaboração das denúncias, que devem ser feitas por procuradores e não por um magistrado, que apenas recebe um determinado material e decide se condena ou não a pessoa investigada.
Em 2021, o Supremo Tribunal Federal declarou a suspeição de Moro nos processos contra Lula, que teve seus direitos devolvidos. Em 2022, o ex-juiz foi derrotado no Tribunal Regional Eleitoral (TRE-SP) por fraude em domicílio eleitoral e teve de ser candidato pelo estado do Paraná.
Tacla Duran
Atualmente, Moro e Dallagnol continuam com seus mandatos, mas devem ser alvo de novas acusações nos próximos dias, pois o advogado Rodrigo Tacla Duran teve o depoimento marcado para a próxima terça-feira (18), às 16h, na 13ª Vara Federal de Curitiba (PR).
Ao acusar Moro e Dallagnol de extorsão, Duran afirmou ao juiz federal Eduardo Appio, em 27 de março, que, em 2016, depositou US$ 613 mil a um advogado ligado a Rosângela Moro, esposa do senador. O objetivo seria Tacla fazer delação e que teria conhecimento de Dallagnol. Duran teve prisão decretada por Moro porque não continuou os pagamentos.
O juiz Eduardo Appio solicitou ao ministro Flávio Dino que proteja Tacla Duran contra qualquer coação ou intimidação.
Outro lado
Sobre as acusações feitas pelo advogado, Moro pediu a suspeição de Eduardo Appio e Dallagnol afirmou em rede social que o juiz Eduardo Fernando Appio "acreditou" em um acusado que "tentou enganar autoridades da Lava Jato".
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