Dinheiro para campanha não era propina, diz Pessoa
Em depoimento ao juiz federal Sérgio Moro, o empresário Ricardo Pessoa negou que as doações da construtora UTC para campanhas eleitorais sejam propinas em troca de contratos na Petrobras; "Na época de campanha, as contribuições não tinham nada a ver com propina, eram contribuições de campanha mesmo", afirmou; depoimento contraria tese do Ministério Público federal, de que doação legal a candidatos e partidos era lavagem do dinheiro desviado da estatal; Pessoa também negou que o pagamento feito pela empreiteira ao ex-ministro José Dirceu tivesse qualquer relação com a Petrobras; "Absolutamente [não]. Nunca ouvi o diretor [Renato] Duque mencionar o nome de José Dirceu [ao negociar propinas]", afirmou
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Paraná 247 - Em depoimento ao juiz federal Sérgio Moro nessa segunda-feira, 9, o empresário Ricardo Pessoa, dono da construtora UTC, negou que as doações para campanhas eleitorais sejam propinas em troca de contratos na Petrobras.
"Na época de campanha, as contribuições de campanha não tinham nada a ver com propina, eram contribuições de campanha mesmo. O restante, não. Era como se pagava a comissão da propina da Petrobras", afirmou Pessoa, na ação penal que apura o envolvimento do ex-ministro José Dirceu com o esquema de corrupção na estatal.
Uma das linhas de acusação da Procuradoria é que o financiamento legal a candidatos e partidos era uma das etapas finais da lavagem do dinheiro desviado da estatal.
Ricardo Pessoa já havia enfatizado a não relação entre pagamento de propina da Petrobras e doações para campanhas eleitorais em depoimento sobre as supostas contribuições irregulares ao ministro Aloizio Mercadante (Educação, PT-SP) e ao senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP).
Questionado pela defesa de Dirceu, o dono da UTC negou que o pagamento feito pela empreiteira ao ex-ministro tivesse qualquer relação com a Petrobras.
"Absolutamente [não]. Nunca ouvi o diretor [Renato] Duque mencionar o nome de José Dirceu [ao negociar propinas]", afirmou. De acordo com Pessoa, o contrato entre a UTC e Dirceu era para que o ex-ministro fosse uma espécie de "relações públicas" da empresa em países como Peru, Colômbia e Equador.
Também prestaram depoimentos nesta segunda os empreiteiros Dalton Avancini e Eduardo Leite, da Camargo Corrêa.
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