Deputado prevê queda de Temer em fevereiro de 2017

“O mercado produtivo não confia num governo sem legitimidade, quase todo ele envolvido em corrupção e que pode não chegar a fevereiro”, prevê o deputado Enio Verri (PT-PR), em artigo; leia a íntegra

“O mercado produtivo não confia num governo sem legitimidade, quase todo ele envolvido em corrupção e que pode não chegar a fevereiro”, prevê o deputado Enio Verri (PT-PR), em artigo; leia a íntegra
“O mercado produtivo não confia num governo sem legitimidade, quase todo ele envolvido em corrupção e que pode não chegar a fevereiro”, prevê o deputado Enio Verri (PT-PR), em artigo; leia a íntegra (Foto: Gisele Federicce)


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Por Esmael Morais - O deputado Enio Verri (PT-PR), em sua coluna desta terça (22), prevê a queda de Michel Temer (PMDB). “O mercado produtivo não confia num governo sem legitimidade, quase todo ele envolvido em corrupção e que pode não chegar a fevereiro”, escreve o experiente parlamentar.

Política econômica de Temer é crime de lesa-pátria

Enio Verri*

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As evidências de que o golpe de estado aplicado contra a jovem democracia brasileira e a Constituição Federal de 1988 são, a cada dia, mais claras e terríveis. Testa de ferro de um consórcio entre poderes da República, oposição e traidores, parte da imprensa, interesses internacionais e o mercado financeiro, Michel Temer impôs o golpe como condição para moralizar o Brasil e salvar a sua economia.

Em relação à segunda, a promessa da retomada de confiança do mercado e, consequentemente, do seu crescimento, ainda está por se cumprir. Em setembro, o Boletim Macro, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), apontou uma queda de 0,3% do PIB, em 2016. Um mês depois, o índice foi corrigido, para pior. A queda será de 0,6%. A previsão de crescimento de 1,13% do PIB, para 2017, foi reduzida para 1%.

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Segunda-feira (07), o semanal boletim Focus, do Banco Central (BC), apontou uma queda de 3,31% no PIB, do próximo ano. Sete dias depois, em 14/11, 120 bancos e outras instituições consultadas pelo mesmo boletim corrigiram a previsão anterior e apontaram uma queda maior, de 3,40%. A perspectiva de produção industrial também caiu, de -6% para -6,06%.

Ainda segundo a FGV, o potencial instalado das fábricas brasileiras, em 2016, ficou em apenas 73,9% da sua capacidade, sendo esse o nível mais baixo desde 2001. A indústria do aço está operando com apenas 60% da sua capacidade. Entre julho e agosto, investimentos em material de construção, equipamento e máquina caíram cerca de 5%.

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De julho a setembro, de acordo com o Valor Data, do jornal “Valor Econômico”, a receita líquida de 278 empresas de capital aberto apresentou queda de 3%, em relação a 2015. Esse é o pior resultado desde 2012. A pesquisa não considerou a Eletrobras e Petrobras. Caso fossem incluídas na análise, a queda na receita seria de 5%.

Em 28 de outubro, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) rebaixou o Brasil na sua classificação de risco de crédito. Numa escala crescente de risco, de zero (menor) a sete (maior), o Brasil saiu de 4 para 5. Produzir ficou mais caro, pois o rebaixamento aumenta o custo de importação de máquinas e equipamentos. O prêmio de risco em uma importação passou de 1,45% para 1,79%.

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Como se não bastasse, o Indicador Serasa Experian de Atividade Econômica revela retração de 0,7% na atividade econômica no País, no terceiro trimestre de 2016, em relação ao trimestre anterior. Numa comparação com o mesmo período de 2015, a retração passa para 2,9%. Nesse cenário, não há expectativa de mercado de trabalho formal para a maioria dos cerca de 12 milhões de desempregados.

O Brasil não sairá desse cenário com medidas recessivas e de austeridade fiscal, como propõe o governo plutocrata. No lugar do déficit proposto pela presidenta Dilma Rousseff, de aproximadamente R$ 80 bilhões, Temer apresentou um de R$ 170,5 bilhões. O presidente ilegítimo expandiu o déficit público, mas não investiu no setor público, como em infraestrutura, e nem baixou os juros.

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Temer e Henrique Meirelles conduzem a economia do País na contramão das políticas anticíclicas dos países afetados pela crise econômica mundial, de 2008. Vão de encontro com os últimos entendimentos do Fundo Monetário Internacional (FMI) sobre o neoliberalismo. Por fim, e em nome de um Estado mínimo e fraco, condenam o Brasil à condição de colônia estagnada e destroem os poucos avanços políticos, econômicos e sociais dos últimos 13 anos, que fizeram o Brasil sair da 16ª para a 6ª posição entre as maiores economias do mundo.

Enquanto a União Europeia (EU) e os Estados Unidos da América (EUA) discutem a adoção de políticas anticíclicas, como investimento em infraestrutura e redução das taxas de juros, o grupo que tomou o Brasil com um golpe apresenta políticas recessivas e deletérias, como as PECs 55 e 272, de 2016, que tiram do Brasil a capacidade de investir em si mesmo, como faz qualquer nação com os potenciais energéticos que os brasileiros têm e que tenha autoestima suficiente para autodeterminar sua soberania.

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A política da estagnação e das altas taxas de juros, aliada ao estratosférico déficit de R$ 170 bilhões, favorece apenas o mercado financeiro. Empresas de serviços e indústrias deixam de investir na produção para ganharem em aplicações voláteis nas bolsas de valores. Aplicações que não produzem sabonete, alimento, ferramentas e demais bens de consumo. Não há confiança dos donos dos meios de produção, não há investimento, não há empregos e não há consumo.

Essa cadeia é o resultado do golpe. O mercado produtivo não confia num governo sem legitimidade, quase todo ele envolvido em corrupção e que pode não chegar a fevereiro. Temer e seu grupo golpista jogaram o Brasil em uma aventura, de iminente deflagração social, cujos resultados são imprevisíveis.

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*Enio Verri é deputado federal, presidente do PT do Paraná e professor licenciado do departamento de Economia da Universidade Estadual do Paraná. Escreve nas terças sobre poder e socialismo.

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