Copel e espanholas vencem leilão de energia

O segundo leilão de transmissão de energia deste ano, realizado pela Aneel teve deságio médio de 13,18 %, com espanholas e a Companhia Paranaense de Energia (Copel) entre principais vencedoras, cinco lotes sem interessados e ausência da Eletrobras no grupo das ganhadoras; o deságio médio foi impulsionado para cima diante de dois lances agressivos da espanhola Cymi Holding, já que os outros lances tiveram deságio baixos

O segundo leilão de transmissão de energia deste ano, realizado pela Aneel teve deságio médio de 13,18 %, com espanholas e a Companhia Paranaense de Energia (Copel) entre principais vencedoras, cinco lotes sem interessados e ausência da Eletrobras no grupo das ganhadoras; o deságio médio foi impulsionado para cima diante de dois lances agressivos da espanhola Cymi Holding, já que os outros lances tiveram deságio baixos
O segundo leilão de transmissão de energia deste ano, realizado pela Aneel teve deságio médio de 13,18 %, com espanholas e a Companhia Paranaense de Energia (Copel) entre principais vencedoras, cinco lotes sem interessados e ausência da Eletrobras no grupo das ganhadoras; o deságio médio foi impulsionado para cima diante de dois lances agressivos da espanhola Cymi Holding, já que os outros lances tiveram deságio baixos (Foto: Leonardo Lucena)


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Por Anna Flávia Rochas

SÃO PAULO, 9 Mai (Reuters) - O segundo leilão de transmissão de energia deste ano, realizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) nesta sexta-feira, teve deságio médio de 13,18 por cento, com espanholas e a Copel entre principais vencedoras, cinco lotes sem interessados e ausência da Eletrobras no grupo das ganhadoras.

O deságio médio foi impulsionado para cima diante de dois lances agressivos da espanhola Cymi Holding, já que os outros lances tiveram deságio baixos, com dois deles sem descontos ante a receita máxima permitida.

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A empresa, que atua no Brasil desde 2002 mas não vinha vencendo leilões mais recentes, ofereceu deságios de 36,09 e 23,24 por cento por lotes na Bahia, Ceará e Rio Grande do Norte, que são relacionados ao escoamento de energia eólica nessas regiões. Nenhum representante da empresa estava presente na coletiva de imprensa após o leilão para comentar o assunto.

A Copel Geração e Transmissão, do grupo Copel, levou três lotes, um deles em consórcio no qual tem 49 por cento de participação e a espanhola Elecnor tem 51 por cento. Os lances oferecidos pela Copel tiveram desconto baixo, de 6,53 por cento, ou nenhum desconto.

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A Alupar levou um lote, o C em São Paulo, oferecendo deságio de 4,99 por cento para o projeto que vai reforçar o atendimento de energia elétrica do litoral paulista. A empresa garantiu receita anual de 28,8 milhões de reais.

A espanhola Abengoa levou o maior lote do leilão em receita, o da Travessia do Rio Amazonas, com deságio de 9,42 por cento e garantindo receita anual de 92,5 milhões de reais quando o empreendimento entrar em operação.

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O diretor da Aneel, Reive Barros dos Santos, comemorou o resultado e disse em coletiva de imprensa após o leilão que várias leituras podem ser feitas em relação a um baixo deságio.

"Entendemos como resultado razoável quando o número que colocamos é o número do qual o mercado se aproxima... Significa que a base de dados que estamos utilizando, que as referências que estamos utilizando, batem com o mercado", disse ele.

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O leilão de transmissão desta sexta-feira foi um dos primeiros realizados após mudanças pela Aneel na metodologia dos cálculos de retorno de capital, ao final do ano passado, com o objetivo de atrair mais interessados.

Segundo o superintendente de Concessões, Permissões e Autorizações de Transmissão e Distribuição da Aneel, Ivo Sechi Nazareno, com as mudanças na metodologia, os custos de capital utilizados nos leilões de transmissão deste ano variam entre 5,5 e 5,7 por cento ao ano, livre de impostos e com indexação pelo IPCA. Anteriormente, o custo de capital praticado era de cerca de 4,6 por cento.

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O leilão realizado nesta sexta-feira tem investimentos estimados de cerca de 3,5 bilhões de reais, considerando todos os lotes que foram licitados.

COPEL

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A Copel levou lotes importantes no leilão para intercâmbio de energia entre regiões do país.

O lote F, vencido por Copel (49 por cento) e pela espanhola Elecnor (51 por cento), sem oferecer deságio, reforçará o atendimento da região Sudeste, associado ao escoamento da energia da hidrelétrica Belo Monte, por meio da linha Estreito-Fernão Dias (MG-SP).

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Segundo Nazareno da Aneel, o custo de capital usado para definir a receita-teto dessa linha no leilão foi de 5,6 por cento. Copel e Elecnor garantiram uma receita anual de 76,9 milhões de reais ao ano para operar essa linha.

Outro sistema vencido pela Copel, a linha Londrina-Assis, no lote M, irá expandir o intercâmbio de energia elétrica entre Sul e Sudeste-Centro Oeste. A receita garantida anualmente foi de 14,98 milhões de reais. A Copel ainda venceu sozinha o lote K, de linha que vai aumentar o atendimento de energia no Sudoeste do Paraná, com receita anual de 5,74 milhões.

O diretor de Desenvolvimento de Negócios da Copel, Jonel Nazareno Iurk, disse que a empresa está com bastante apetite para expansão.

"Nós saímos do leilão bastante satisfeitos, tínhamos como meta no nosso território garantir o nosso espaço... A Copel Transmissão vem se firmando no mercado brasileiro e está buscando o seu espaço".

PRÓXIMOS LEILÕES

Os lotes que não foram licitados no leilão desta sexta-feira, segundo Reive Barros da Aneel, são lotes menores que poderão ser aglutinados em outros lotes para entrarem em leilões futuros. O próximo leilão de transmissão deve ocorrer em setembro, segundo ele.

Já o leilão do segundo bipolo de transmissão do sistema de Belo Monte "dificilmente" será neste ano, segundo o secretário-adjunto do Ministério de Minas e Energia, Moacir Bertol.

"Os estudos de viabilidade técnica já estão feitos, os outros estudos para compor o leilão estão em execução, devem ficar prontos no final do ano, em setembro ou outubro", disse ele.

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