"Como é que eu vou tirar isso da cabeça dela?", diz pai de sobrevivente de ataque em Blumenau

"Quando recebi a notícia fiquei sem chão", disse um dos pais do lado de fora da creche, onde se reuniram policiais, bombeiros e autoridades junto aos pais depois do atentado

Creche em Blumenau (SC) onde homem matou 4 crianças
Creche em Blumenau (SC) onde homem matou 4 crianças (Foto: REUTERS/Vinicius Bretzke)


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BLUMENAU, Santa Catarina (Reuters) - Pais desesperados correram para a creche Cantinho do Bom Pastor, em Blumenau, na manhã desta quarta-feira, após saberem que um homem de 25 anos havia invadido o local e matado quatro crianças, temendo que seus filhos pudessem estar no meio das vítimas.

"Quando recebi a notícia fiquei sem chão", disse um dos pais do lado de fora da creche, onde se reuniram policiais, bombeiros e autoridades junto aos pais depois do atentado. "É complicado, voltei aqui, mas graças a Deus minha filha não estava entre as vítimas", afirmou.

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No atentado desta quarta-feira, três meninos e uma menina foram mortas em um ataque cometido com uma machadinha, enquanto outros quatro alunos feridos foram enviados à um hospital e estão em situação estável. Uma quinta criança teve ferimentos leves. O autor do ataque se entregou à polícia assim que saiu da creche.

"Minha filha está bem fisicamente, mas emocionalmente ela está destruída. Como é que eu vou tirar isso da cabeça dela?", acrescentou o pai.

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O ataque em Santa Catarina foi o segundo com mortos em instituições de ensino do país em pouco mais de uma semana, depois que um estudante de 13 anos matou a facadas uma professora e feriu outras pessoas em uma escola estadual no bairro de Vila Sônia, zona oeste da cidade de São Paulo, em 27 de março.

Enquanto Santa Catarina passa por um período de luto oficial de três dias, autoridades discutem os motivos do ataque e falhas em sua prevenção.

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"Nós estamos falhando miseravelmente com as crianças e com os adolescentes", disse o ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, ao participar de cerimônia de lançamento de uma cartilha da pasta para orientar a escolha de conselheiros tutelares em 2023 logo após o ataque.

"É culpa da sociedade brasileira, do Estado brasileiro, da maneira com que nós temos tratado as crianças e os adolescentes desse país, há muito tempo, da maneira como a sociedade em geral, os governos, eu diria que as entidades todas, as entidades empresariais, todo mundo, do jeito que nós temos tratado as crianças desse país."

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