Coldplay em Curitiba: doze horas de trabalho por R$ 100 e desrespeito de direitos
Denúncia foi encaminhada à Superintendência Regional do Trabalho pelo Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculo
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Lia Bianchini, Brasil de Fato - "R$ 100 + Janta" para uma jornada de 12h de trabalho. Essas foram as condições ofertadas a trabalhadores técnicos nos shows da banda Coldplay em Curitiba. A denúncia de violação de direitos trabalhistas foi encaminhada formalmente pelo Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculo do Paraná (Sated-PR) à Superintendência Regional do Trabalho, na sexta (31/3).
A banda britânica fez shows na capital paranaense nos dias 21 e 22 de março, no Estádio Couto Pereira, tendo como produtora do evento a empresa Live Nation Brasil. As vagas para o "serviço braçal", de carga e descarga, foram divulgadas via aplicativo de mensagem instantânea.
"[...] vaga para quarta feira das 20:00 as 08:00. Chegar as 19:00 pra credenciamento. [...] Valor da Taxa $ 100+Janta. Função: carga e descarga", foram as informações divulgadas.
O Sated-PR esteve no local dos shows para confirmar as denúncias de desrespeito às leis trabalhistas. "[...] ao chegar ao local nos deparamos com uma fila imensa no portão 9 do Estádio Couto Pereira, tendo mais de 200 trabalhadores esperando por mais de 3h sem água, cadeira e banheiro", informa o documento encaminhado à Superintendência do Trabalho.
Adriano Petermann, diretor do sindicato que esteve no Couto Pereira nos dias dos shows, constatou a veracidade das denúncias. "Ao tentar contato novamente com os responsáveis pelo evento e contratações destes trabalhadores, fomos hostilizados, ao passo que nos trataram com truculência, assim como faziam com os trabalhadores na fila", aponta outro trecho da denúncia.
A Live Nation Brasil já tem programado mais dois grandes eventos em Curitiba: o Curitiba Country, em maio, e o show da banda Red Hot Chili Peppers, em novembro.
Na denúncia à Superintendência do Trabalho, o Sated-PR requer que a empresa seja intimada para "acareação dos fatos" e consequente responsabilização pelos "atos ilegais e nocivos aos direitos trabalhistas". O sindicato pede ainda "ajuda para conseguir fiscalizar e garantir os direitos trabalhistas mínimos, mesmo diante das contratações precárias destes profissionais na área de shows e eventos nos próximos eventos já agendados".
Até o fechamento desta matéria, a reportagem do Brasil de Fato Paraná não conseguiu contato com a Live Nation Brasil. O espaço está aberto para resposta às denúncias.
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