"Chega de ódio": no Dia dos Pais, parentes homenageiam Marcelo Arruda, vítima do terror bolsonarista
Ato foi realizado em Foz do Iguaçu; um dos filhos pediu pelo "fim de todo esse ódio que assombra a nossa sociedade"
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Os filhos e a mulher do guarda municipal Marcelo Arruda, morto a tiros em Foz do Iguaçu aproveitaram o Dia dos Pai para realizar um ato religioso pela paz em memória do petista, que foi candidato a vice-prefeito da cidade em 2020.
Marcelo Arruda foi assassinado pelo policial penal bolsonarista Jorge Guaranho quando realizava festa para comemorar seus 50 anos, que tinha como tema o PT e o ex-presidente Lula.
Guaranho foi até lá para gritar: “Aqui é Bolsonaro”.
A festa ocorria no salão de festas de uma associação da cidade, da qual Guaranho tinha sido diretor. A família de Arruda havia contratado o espaço e, por câmeras internas, Guaranho viu que a festa de aniversário tinha Lula como tema, e ficou furioso.
Depois de um desentendimento, Guaranho voltou armado e atirou em Marcelo, que revidou e feriu o policial penal, que permaneceu internado até a semana passada, quando foi levado para a cadeia, para cumprir prisão preventiva.
A defesa de Guaranho teve negado neste sábado habeas corpus para transferi-lo para prisão domiciliar, sob argumento de que o presídio não tinha estrutura para tratamento de saúde, o que foi desmentido pelo governo do Estado.
O desembargador que negou habeas corpus argumentou que a prisão preventiva tem também o caráter de garantir a ordem pública, já que, em prisão domiciliar, Guaranho passaria a mensagem da impunidade, diante de um crime muito grave.
No ato deste sábado realizado pela família da vítima, amigos e parentes levaram faixas com dizeres como ”1º Dia dos Pais sem nosso pai", "chega de ódio, queremos paz e justiça".
Com rosas nas mãos, o grupo fez algumas orações e, em seguida, uma caminhada em silêncio em ruas próximas à igreja.
Leonardo Miranda de Arruda, um dos filhos do tesoureiro, disse que o ato teve como objetivo pedir justiça e tolerância após a morte do pai.
Ele lembrou que este é o primeiro Dia dos Pais sem Arruda.
“Pela justiça, pelo fim de todo esse ódio que assombra a nossa sociedade. [...] A Justiça, claro como foi feita, começou a ser feita, que ela continue sendo feita. Que a pessoa que cometeu esse ato que infelizmente tirou o meu pai de mim, hoje estou comemorando o dia dos pais sem meu pai [...] que ele pague pelo que fez. Não vai trazer meu pai de volta, mas é algo que demonstra que a Justiça pode ser feita", afirmou Leonardo, conforme registro da RPC, afiliada da Globo.
A mulher de Marcelo Arruda, a policial civil Pamela Silva, também falou sobre o pedido de justiça e a importância do ato para os filhos do tesoureiro.
“Um ato importante principalmente para os filhos, terem esse momento de acolhimento com amigos, com a família, para continuar pedindo pela paz, esse é o principal. Para que não haja mais esse ato de violência que aconteceu com o Marcelo e a justiça, perante essa violência brutal, perante o crime, que haja justiça,” disse a viúva.
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