Campanha de Moro esconde nomes dos suplentes - um deles apontado como seu operador

Advogado e amigo pessoal, Luís Felipe Cunha, que coordena a campanha do ex-juiz da Lava Jato, recebeu R$ 1 milhão do União Brasil

Luís Felipe Cunha e Sergio Moro
Luís Felipe Cunha e Sergio Moro (Foto: Sérgio Duarte/Podemos)


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247 - Alvo de ação de busca e apreensão em sua casa na manhã deste sábado (3), o candidato ao Senado pelo Paraná, Sergio Moro, é acusado de irregularidade no material de campanha. De acordo com o advogado Luiz Eduardo Peccinin, da Federação Brasil da Esperança, autora da ação na justiça, o material apresenta desconformidade entre o tamanho da fonte do nome do candidato a senador relativamente a dos suplentes.

Parece um detalhe. E foi o que fez parecer o próprio ex-juiz da Lava Jato em postagem no Twitter, ao responder à ação. “O crime? Imprimir santinhos com letras dos nomes dos suplentes supostamente menores do que o devido”. Moro, no entanto, parece ter motivos para querer de fato esconder seus suplentes, ou ao menos o primeiro deles.

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Trata-se do advogado Luis Felipe Cunha, amigo pessoal e braço direito do ex-ministro de Bolsonaro. Cunha recebeu R$ 1 milhão do próprio partido, o União Brasil. Os repasses começaram no fim de abril, um mês após Moro romper com o Podemos e se filiar ao União Brasil, em meio a articulações de Cunha, conforme reportagem de Guilherme Amado.

De abril a julho, o União Brasil desembolsou quatro parcelas de R$ 250 mil a uma das empresas de Cunha, a Vosgerau & Cunha Advogados Associados. Os serviços foram descritos à Justiça Eleitoral apenas como consultoria jurídica, informa ainda a reportagem.]

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O segundo suplente é o empresário Ricardo Guerra, que assumiria o mandato no Senado em caso de impossibilidade de Moro e Cunha. Diretor executivo do Grupo Guerra, ele é irmão do deputado estadual Luiz Fernando Guerra (União Brasil), e declarou ter mais de R$ 20 milhões em bens.

Em comentário no Twitter, o deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP), também advogado, escreveu: “Candidato a senador, Moro foi alvo hoje de busca e apreensão determinada pela Justiça. A campanha dele esconde nomes dos suplentes - um deles é apontado como operador de Moro. O ex juiz suspeito mostra que segue a atuar nas sombras. Será varrido para a lata de lixo da história”.

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Podemos e Moro - troca de acusações

Nos últimos dias, Moro decidiu falar publicamente sobre por que teria decidido deixar o Podemos - partido ao qual foi filiado por cerca de seis meses e pelo qual seria candidato à presidência da República. Segundo afirmou o ex-juiz à Veja, ele suspeitava de corrupção dentro da sigla, “especialmente de pessoas ligadas à presidente Renata Abreu”. Chegou a pedir uma auditoria interna, que também segundo ele teria sido interrompida com sua saída.

O partido nega as acusações e sua direção chama Moro de “mentiroso”. O acusa ainda de querer beneficiar amigos com fundo partidário e de fazer caixa 2, segundo reportagem do Antagonista. “A decisão de filiação de Moro ao Podemos começa no estilo proposta indecente: que o partido custeasse um salário de R$ 40 mil – remuneração de ministro do STF – e pelo prazo de quatro anos, a pretexto de lhe garantir segurança familiar e o luxo ao qual está habituado, caso o projeto eleitoral naufragasse”, diz mensagem do partido.

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A legenda ainda diz que “Moro buscou inserir diversos profissionais e prestadores de serviços no partido para desafogar sua folha de parceiros” e que “a negociação de Moro veio acompanhada de uma segunda proposta indecente que a viabilizasse: parte dos recursos poderiam vir do fundo partidário para custeio dos valores e a outra parte ele encontraria meios externos para fechar a conta.”

A mensagem do partido afirma que o ex-juiz “utilizou de um farto caixa 2, do repasse de contas a pagar crescentes ao partido e de um laranja particular, Luis Felipe Cunha, que dá indícios de ser sócio oculto do ex-juiz e agora seu primeiro suplente pela candidatura ao Senado”.

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