Camargo Corrêa questiona argumentos de Moro
Advogados do vice-presidente da empreiteira Camargo Corrêa, Eduardo Leite, preso durante a sétima fase da Operação Lava Jato, disseram à Justiça Federal que a prisão dele não vai impedir que as empresas cometam mais crimes, conforme a defesa apresentada ao juiz Sérgio Moro; "Acreditar que a prisão do acusado, funcionário de terceiro escalão de uma das empresas envolvidas, impedirá a prática de novos crimes é crença que foge à lógica e ao bom sens", diz a defesa
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Além negar as acusações de lavagem de dinheiro, corrupção e uso de documento falso, os advogados do executivo alegam que a prisão preventiva dele não se justifica. Leite e executivos de outras empreiteiras estão presos na Superintendência da Policia Federal em Curitiba há 40 dias.
"Com o máximo respeito, a alegação de interrupção do ciclo delitivo não se sustenta. Acreditar que a prisão do acusado, funcionário de terceiro escalão de uma das empresas envolvidas, impedirá a prática de novos crimes é crença que foge à lógica e ao bom senso. Na prática, não existe nenhuma conexão entre a prisão do denunciado e a cessação da prática de novos crimes por parte das empreiteiras", diz a defesa.
No mesmo documento, os advogados afirmam que o executivo da Camargo Corrêa "foi eleito como bode expiatório" para servir de alerta para outros acusados. A afirmação rebate uma declaração de Sérgio Moro. Em novembro, por meio de um de seus despachos sobre as investigações, Moro disse que as prisões determinadas por ele são um “remédio amargo” para coibir a continuidade dos casos de corrupção na Petrobras.
"Parece que o acusado foi eleito como bode expiatório, para advertir com o remédio amargo da prisão preventiva as empreiteiras de que essa forma de fazer negócio com a Administração Pública não é mais aceitável. Ora, definitivamente, a prisão preventiva não tem a finalidade de alerta a terceiros!", disse a defesa.
Segundo o Ministério Público Federal (MPF), além da Camargo Corrêa, as empreiteiras Engevix, OAS, Galvão Engenharia, UTC Engenharia e Mendes Júnior faziam parte de um "clube" para fraudar as licitações da Petrobras, mediante pagamento de propina a diretores da estatal. Eduardo Hermerlino e mais 38 investigados se tornaram réus na Justiça Federal, em Curitiba, em ações penais oriundas da sétima fase da Operação Lava Jato, realizada pela Polícia Federal para apurar irregularidades nas relações entre a estatal do petróleo e as empreiteiras.
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