Bumlai diz que foi “burrice” assumir empréstimo para o PT

O pecuarista José Carlos Bumlai afirmou que foi "burrice" assumir um empréstimo de R$ 12 milhões do Banco Schahin para o PT em 2004; ele foi ouvido ontem pelo juiz federal Sergio Moro, na condição de réu da 21ª fase da Operação Lava Jato, batizada de Passe Livre; no depoimento, Bumlai ressaltou que não foi dele a iniciativa de pedir o empréstimo

O pecuarista José Carlos Bumlai afirmou que foi "burrice" assumir um empréstimo de R$ 12 milhões do Banco Schahin para o PT em 2004; ele foi ouvido ontem pelo juiz federal Sergio Moro, na condição de réu da 21ª fase da Operação Lava Jato, batizada de Passe Livre; no depoimento, Bumlai ressaltou que não foi dele a iniciativa de pedir o empréstimo
O pecuarista José Carlos Bumlai afirmou que foi "burrice" assumir um empréstimo de R$ 12 milhões do Banco Schahin para o PT em 2004; ele foi ouvido ontem pelo juiz federal Sergio Moro, na condição de réu da 21ª fase da Operação Lava Jato, batizada de Passe Livre; no depoimento, Bumlai ressaltou que não foi dele a iniciativa de pedir o empréstimo (Foto: Gisele Federicce)


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Daniel Isaia – Correspondente da Agência Brasil

O pecuarista José Carlos Bumlai afirmou, nesta segunda-feira (30), que foi "burrice" assumir um empréstimo de R$ 12 milhões do Banco Schahin para o PT em 2004. Ele foi ouvido ontem pelo juiz federal Sergio Moro, na condição de réu da 21ª fase da Operação Lava Jato, batizada de Passe Livre.

No depoimento, Bumlai ressaltou que não foi dele a iniciativa de pedir o empréstimo. O pecuarista disse que foi chamado naquele ano para uma reunião no banco, da qual participavam o então candidato a prefeito de Campinas, Dr. Hélio (PDT), o então tesoureiro do PT, Delúbio Soares; o banqueiro Carlos Eduardo Schahin; o presidente do banco, Sandro Tordin; e os marqueteiros Armando Peraldo e Giovanni Favieri.

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O pecuarista disse que, nessa reunião, recebeu a proposta de assumir o empréstimo de R$ 12 milhões. Segundo Bumlai, metade do empréstimo seria usada no segundo turno da campanha do Dr. Hélio. A outra metade tinha sido solicitada por Delúbio para resolver uma necessidade de caixa do PT.

"Fui levado pela minha situação à época. Proprietário de 210 mil hectares de terra, e com o PT assumindo o governo federal, éramos um grande alvo para invasões. Eu não quis dizer 'não' [à proposta de assumir o empréstimo] até por uma questão de receio", justificou Bumlai a Moro. O pecuarista lamentou ter envolvido o filho, Mauricio Bumlai, e a nora como avalistas do negócio, assim como o empresário Natalino Bertin, a quem pediu para intermediar o empréstimo ao PT, a pedido de Tordin.

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Quitação do empréstimo

Bumlai contou ter descoberto no ano seguinte (2005) que a dívida com o Banco Schahin ainda não havia sido paga pelo PT. "A minha tesoureira me chamou e disse que estávamos no Cadin [Cadastro Informativo de Créditos não Quitados do Setor Público Federal]". O pecuarista, disse então, que decidiu hipotecar uma fazenda que correspondia ao valor do empréstimo para se livrar do problema e poder voltar a utilizar os créditos rurais em seus negócios.

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Ele informou que, no fim de 2006, procurou o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto para pedir que o empréstimo fosse liquidado e que, nessa época, ficou sabendo das negociações entre o Grupo Schahin e a Petrobras para a operação do navio-sonda Vitória 10.000. Bumlai negou, no entanto, ter conhecimento de que um acerto entre as empresas quitaria sua dívida e disse que jamais se encontrou com diretores da Petrobras para viabilizar o negócio.

José Carlos Bumlai também negou ter dito a representantes do Grupo Schahin que o acerto estaria "abençoado" pelo presidente Lula. "Esse termo nem é meu; isso é coisa de religião, e não de negócios. Nunca falei com nenhum Shahin sobre contrato de navio-sonda com a Petrobras", ressaltou o pecuarista.

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