Bueno critica CPI por não ter investigado empreiteiras

"O Brasil não será passado a limpo do ponto de vista da gestão pública e dos negócios de governo com empresas se não se investigar as empreiteiras. Aí está o grande problema e nós não conseguimos”, disse o líder do PPS, deputado Rubens Bueno (PR) 

"O Brasil não será passado a limpo do ponto de vista da gestão pública e dos negócios de governo com empresas se não se investigar as empreiteiras. Aí está o grande problema e nós não conseguimos”, disse o líder do PPS, deputado Rubens Bueno (PR) 
"O Brasil não será passado a limpo do ponto de vista da gestão pública e dos negócios de governo com empresas se não se investigar as empreiteiras. Aí está o grande problema e nós não conseguimos”, disse o líder do PPS, deputado Rubens Bueno (PR)  (Foto: Roberta Namour)


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Agência Câmara de Notícias - Deputados e senadores da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Petrobras fizeram uma reunião administrativa, nesta quarta-feira, em busca de maior foco da investigação no período que falta para o término dos trabalhos.

Dos 497 requerimentos que ainda não haviam sido apreciados, foram aprovados 94 de convocação e de pedidos de informação. A maioria deles é relativa ao esquema de lavagem de dinheiro e evasão de divisas investigado na Operação Lava-Jato, da Polícia Federal.

O relator da CPMI, deputado Marco Maia (PT-RS), afirmou que houve acordo para não convocar políticos que podem ter sido citados em depoimentos no âmbito da delação premiada. Esses depoimentos ainda estão sob sigilo.

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"Nós fizemos um acordo de que, em função do prazo exíguo, não trataríamos de convocação de ninguém da política, incluindo aí os tesoureiros dos partidos, os dirigentes partidários e os parlamentares”, disse Maia. “Não teríamos tempo hábil para fazer essas convocações. E fizemos a opção de convocar aqueles que têm relação direta com a operação Lava-Jato", declarou.

Entre os sete convocados para depor estão vários envolvidos com o doleiro Alberto Youssef e com o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, que estão em processo de delação premiada coordenado pela Justiça.

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Acesso à delação

Marco Maia insistiu que o acesso ao conteúdo dessas delações é fundamental para a conclusão de seu relatório. "A delação premiada, neste caso específico, é importantíssima para o processo de investigação. Se não tivermos o acesso à delação premiada, teremos aí um limitador. Portanto, vamos produzir o relatório possível, com as informações e os dados que temos investigado desde o início da CPMI", disse.

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Na noite desta quarta-feira, o comando da CPMI voltou ao Supremo Tribunal Federal (STF) para pedir o pleno acesso ao conteúdo das delações de Costa e Youssef.

Pedidos de informação

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No cronograma divulgado nesta quarta, Marco Maia pretende concentrar os depoimentos até o fim deste mês e apresentar seu relatório final no dia 10 de dezembro, para que seja votado até o dia 18 daquele mês.

Diante do pouco tempo que resta para o fim dos trabalhos da CPMI, os parlamentares também decidiram encaminhar pedidos de informações a 25 empresas que firmaram contrato com a Petrobras.

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Essas empresas terão dez dias para responder, sob pena de terem os sigilos bancário e telefônico quebrados e terem seus representantes legais convocados.

Já em tom de lamento, o líder do PPS, deputado Rubens Bueno (PR), reclamou do fato de a CPMI não ter avançado na investigação da relação das empreiteiras com a Petrobras e com os partidos políticos.

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"O Brasil não será passado a limpo do ponto de vista da gestão pública e dos negócios de governo com empresas se não se investigar as empreiteiras. Aí está o grande problema e nós não conseguimos”, disse Rubens Bueno. “A força é tamanha que até toma de assalto uma comissão parlamentar de inquérito: quando se tenta convocar o Vaccari Neto [tesoureiro do PT], o Sérgio Machado [presidente da Transpetro] e quebrar o sigilo das empreiteiras. Nada acontece, infelizmente.”

Próxima reunião

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A CPMI volta a se reunir na próxima terça-feira (11) para mais uma reunião administrativa e para ouvir o diretor de Contratos da Petrobras, Edmar de Figueiredo, responsável pelos contratos da estatal com a SBM Offshore; e a diretora-geral da Agência Nacional de Petróleo (ANP), Magda Chambriard, na condição de convidados.

Também haverá depoimentos nos dias 19, 20, 26 e 27 de novembro, mas os nomes dos depoentes ainda não foram definidos.

Na reunião administrativa da CPMI desta quarta-feira, que foi realizada a portas fechadas, Marco Maia admitiu que houve polêmica em torno de três convocações: do ex-diretor da Petrobras Renato Duque; do diretor licenciado da Transpetro, Sérgio Machado; e do suposto "laranja" de Youssef, Leonardo Meireles. Os requerimentos para ouvi-los poderão ser alvo de nova discussão e até de votação na reunião da próxima terça-feira.

Os trabalhos da comissão estão previstos para acabar em 21 de novembro, mas há um pedido de prorrogação para até 22 de dezembro. Para ser apreciado pelo Plenário do Congresso, o pedido precisa das assinaturas de 171 deputados e 27 senadores.

Convocados

Já estão na lista dos convocados da CPMI da Petrobras:

- Marcio Andrade Bonilho, diretor da Sanko, para esclarecer suas relações com o doleiro Alberto Youssef e com o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa;
- Meire Poza, ex-contadora do doleiro Alberto Youssef;
- João Procópio Prado, apontado em depoimento de Meire Poza como interlocutor de Youssef com empreiteiras suspeitas de serem partícipes no esquema de desvio de recursos da Petrobras.
- Marcelo Barboza Daniel, investigado pela Polícia Federal na Operação Lava-Jato, sob suspeita de ter participado de esquema de lavagem de dinheiro desviado de contratos firmados pela Petrobras com outras empresas.
- Rafael Lopez, apontado como responsável pela operação financeira do doleiro Alberto Youssef.
- Waldomiro Oliveira, apontado como "testa de ferro" de uma suposta empresa de fachada que teria sido utilizada para canalizar recursos desviados da Petrobras.
- Saul Sabbá, representante legal do Banco Máxima.

Reportagem – José Carlos Oliveira

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