Brasileira retida na Espanha por três dias volta ao País

A paranaense Elisregina, que estava com seu filho de dois anos e viajava como turista, foi detida no aeroporto Adolfo Suárez-Madrid na manhã de segunda-feira 20; ela ficou numa sala sem janelas com outras 50 pessoas de diversos países, sem direito a banho, segundo relato de sua amiga, Jussara Aparecida da Rosa, que a hospedaria na capital espanhola; confira entrevista com Jussara sobre o episódio

A paranaense Elisregina, que estava com seu filho de dois anos e viajava como turista, foi detida no aeroporto Adolfo Suárez-Madrid na manhã de segunda-feira 20; ela ficou numa sala sem janelas com outras 50 pessoas de diversos países, sem direito a banho, segundo relato de sua amiga, Jussara Aparecida da Rosa, que a hospedaria na capital espanhola; confira entrevista com Jussara sobre o episódio
A paranaense Elisregina, que estava com seu filho de dois anos e viajava como turista, foi detida no aeroporto Adolfo Suárez-Madrid na manhã de segunda-feira 20; ela ficou numa sala sem janelas com outras 50 pessoas de diversos países, sem direito a banho, segundo relato de sua amiga, Jussara Aparecida da Rosa, que a hospedaria na capital espanhola; confira entrevista com Jussara sobre o episódio (Foto: Gisele Federicce)


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247 – Depois de mais de três dias aguardando em uma sala sem janelas e com outras 50 pessoas de diversos países, no aeroporto Adolfo Suárez-Madrid, a brasileira Elisregina Vieira, de 38 anos, deverá desembarcar no Brasil no início da tarde desta quinta-feira 23. Ela estava acompanhada de seu filho de dois anos (leia mais).

Segundo as autoridades espanholas, a paranaense de Cianorte não estava com os documentos regularizados. Segundo sua amiga Jussara Aparecida da Rosa, que a hospedaria na capital espanhola durante a viagem, Elisregina tinha um documento de quando morou (por dez anos) na Espanha, que venceria só em outubro.

A documentação, que tem validade de cinco anos, impede, no entanto, que o estrangeiro deixe a Espanha por mais de seis meses. A brasileira voltou para seu País, onde morou por três anos, e por isso não conseguia entrar novamente na Espanha com o mesmo documento.

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"Porém, só o governo é quem pode anular esse documento dela. Os policias queriam que ela renunciasse sob pressão a esse documento", afirmou Patty, outra amiga de Elisregina. Patty e Jussara conversaram com o blog Propagando, de Ricardo Fonseca, para quem relataram que não houve ajuda das autoridades brasileiras no episódio.

Confira a entrevista de Jussara ao blog:

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Propagando: Jussara, o que de fato aconteceu com a Elisregina? A carta de admissão dela no País não foi solicitada a polícia?

Da Rosa: Só hoje (22) falei mais tranquila com Elis por telefone. O negócio foi o seguinte: ela veio como todos os turistas vêm. Não chegou nem a apresentar nada (sobre a carta que enviamos para ela entrar). Ela morou 10 anos aqui (em Madrid) e a "tergeta" de cinco anos só vence em outubro.

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Propagando: Como foi que você soube que ela estava retenida e não poderia entrar na Espanha?

Da Rosa: O meu marido foi buscá-la no aeroporto e quando viu que saíram todos e ela não, foi buscar informações, não conseguindo nada na imigração. Então ele voltou pra casa, para ver o que fazíamos. Enquanto isto Elis ligou para seu filho no Brasil (retenidos têm direito a uma chamada). Ela passou três números de telefone para ele, pois eu já estava falando com ele nesse momento por whatsapp.

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Consulado do Brasil em Madrid.

Propagando: Vocês procuraram as autoridades brasileiras?

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Da Rosa: Como já falei, sim! Meu marido José Luís (que é espanhol) ficou até as 12:00 no aeroporto sem conseguir nenhuma notícia dela. Nesse momento, eu já tinha os números que ela passou pro seu filho no Brasil. Quando liguei, ela me disse que o filhinho estava com muita febre e que precisava de um médico. Foi então que eu falei com um jornalista daqui (espanhol), que conseguiu um médico para atender a criança no aeroporto.

Nota do Blog: Falamos com Patty, outra amiga de Elisregina, que nos informou terem procurado primeiro a Embaixada brasileira em Madrid; que os encaminhou (por competência) para o Consulado Brasileiro. "Forneceram esse número do Consulado: 34 917 02 12 20. Ligamos o dia inteiro e ninguém atendia. Quando foi uma hora da manhã de terça (21), um plantonista ligou para mim, para saber o que eu queria. Resultado: Não resolveu nada!"

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Propagando: Como está a situação da Elis nesse momento?

Da Rosa: Ela volta para o Brasil amanhã (23) às 08:45 (horário local) e chega no Brasil às 14:45 ( horário de Brasília) mais ou menos.

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Propagando: O que aconteceu com as pessoas que foram levar alimentos para ela no aeroporto?

Da Rosa: Nada! Ninguém tem acesso às pessoas retenidas, como se falam aqui.

Propagando: O que as autoridades espanholas estão fazendo para resolver o caso, já que as brasileiras nada fizeram?

Da Rosa: Nada mesmo!

Propagando: O que você faz e há quanto tempo está morando na Espanha?

Da Rosa: Desde 2007! Fui para o Brasil, morei um ano em Santa Catarina e depois voltei. Trabalho em uma residência – asilo cuidando de uma senhora quatro horas por dia.

Propagando: Se Elisregina já morou na Espanha, por que foi impedida de retornar?

Da Rosa: Ela já morou 10 anos aqui e está com documento de 5 anos que vai vencer em outubro. Os policiais falaram que ela ficou retenida por política deles. Queriam que ela desistisse do documento dela.

Nota do Blog: A documentação de larga duração (5 anos) dela impede que se ausente do País (Espanha) por mais de seis meses. Nesse caso, a brasileira Elisregina passou mais que o permitido. Ou seja, passou três anos morando no Brasil. Fato relevante considerado um impeditivo (pois cancela o documento) para o retorno à Espanha. "Porém, só o governo é quem pode anular esse documento dela. Os policias queriam que ela renunciasse sob pressão a esse documento", afirmou Patty, outra amiga da brasileira.

Propagando: Você já sofreu algum preconceito ou retaliação por ser brasileira residente na Espanha?

Da Rosa: Já sim! Todos os imigrantes sofrem.

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