Bird teria exigido fim de eleição para direção escolar
Projeto o governador Beto Richa (PSDB), que põe fim à eleição para diretor nas 2,1 mil escolas da rede de ensino estadual pode ter sido uma exigência do Banco Mundial, comitiva do Bird participou de reunião na última quarta-feira (2) com membros da secretaria de Educação; dentre os projetos entre a instituição e o Governo do Estado estaria o veto às candidaturas de ideologias diferentes do status quo, o que, em tese, eliminaria o processo democrático; projeto é semelhante ao que foi proposto durante a gestão do ex-governador Jaime Lerner
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Do blog do Esmael Morais - O projeto de golpe do governador Beto Richa (PSDB), que põe fim à eleição para diretor nas 2,1 mil escolas da rede pública do Paraná, pode ter sido uma exigência do Banco Mundial.
Uma comitiva da instituição financeira estadunidense esteve reunida na última quarta-feira, dia 2, vésperas do feriadão da Pátria, com a Secretaria de Estado da Educação (SEED) para tratar "do planejamento e investimentos da pasta" (sic). A informação do encontro é do próprio site da pasta.
Agora uma pergunta: que raios de interesse tem um organismo estrangeiro, cuja função é garantir projetos que gerem capital, numa instituição pública de ensino?
Ganha um doce quem responder que o bancão norte-americano negociou "cláusula secreta" que põe fim à democracia na escola.
Dentre os projetos tramados na surdina entre Banco Mundial e governo do estado estaria o veto às candidaturas de espectro ideológico diferente do status quo, o que, em tese, eliminaria o processo democrático tal qual conhecemos hoje nas escolas porque representariam "perigo" ao capital empregado pela instituição financeira.
A nova investida do Banco Mundial nas terras das araucárias resgata o antigo projeto comandado pela ex-secretária da Educação, Alcione Saliba, no governo Jaime Lerner. É bom frisar que, naquela feita, a mercantilização da educação fora derrotada por todos nós paranaenses.
No Paraná dos anos 90, tempos de ofensiva neoliberal, tentou-se eliminar o professor como servidor público e estabelecer empresa privada para contratar os mestres; os funcionários das escolas também seriam terceirizados; e seria extinta a função pedagógica do diretor, que seria treinado para gerir a escola como se fosse um empreendimento privado.
Entretanto, o golpe na eleição de diretor de escola desagrada os mais diversos setores da educação e da política estadual. Só não contraria mesmo os cibercomissionados e os subordinados, incluindo-se aqui os deputados da base governista.
O governo Richa, para atender os ditames do Banco Mundial, precia instituir a ditadura nas escolas mantendo o "verniz" democrático das eleições diretas. É preciso mergulhar na História para compreender o presente e antever o futuro.
O governo tucano impõe no novo projeto da eleição, que vai à análise da submissa Assembleia Legislativa, o inciso IV do artigo 7º, que condiciona a aceitação de candidatos à apresentação de "proposta de plano de ação compatível com o Projeto Político Pedagógico do respectivo estabelecimento de ensino e com as políticas educacionais da Secretaria da Educação". Ou seja, se pensar diferente, está fora.
Além disso, depois de eleito, uma advertência bastaria para destituir o diretor do cargo, sem nenhum direito de defesa.
O deputado federal João Arruda (PMDB-PR) é um dos que manifestou sua indignação contra o golpe: "Da forma como está, fica clara a intenção de permitir apenas que aliados do Palácio Iguaçu sejam eleitos", disse o parlamentar, sem, no entanto, abordar a ingerência do Banco Mundial.
Na próxima segunda-feira, dia 14, às 17h, a Assembleia Legislativa realizará uma audiência pública convocada pela Comissão de Educação para discutir a matéria. Participarão do debate representes da APP-Sindicato, da Secretaria de Estado da Educação (SEED) e da Associação Paranaense de Administradores Escolares (Apad), bem como os deputados estaduais.
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