Belluzzo escreve carta aberta a Dallagnol
Economista e professor lembra que "as garantias do procedimento legal são uma defesa do cidadão acusado – e ainda inocente – contra os arcanos do poder" e diz que "essas conquistas da humanidade são pisoteadas por quem deveria defendê-las"; "O Estado se transforma num aparato administrativo desgovernado e despótico, numa caricatura de si mesmo, num butim a ser dilapidado por ocupantes eventuais", afirma
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247 – Em "Carta a Dallagnol e cia." publicada na revista Carta Capital dessa semana, o economista e professor Luiz Gonzaga Belluzzo cita trechos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, de dezembro de 1948, e conclui que "transcorridos quase 70 anos da promulgação desse cardápio de boas intenções, a sociedade de massas contemporânea ressuscita o menosprezo às formalidades da lei. Exige uma solução mais rápida e drástica para a realização da Justiça, ainda que à custa de tropelias ilegais".
Se sob o Antigo Regime "as punições atrozes refletiam a 'rudeza dos costumes'", quando "as cerimônias cruéis tinham o propósito de mostrar a todos a desproporção de forças entre o rebelde e o rei (...), agora as cerimônias cruéis são exibidas no palco das promiscuidades entre as autoridades e a mídia".
Belluzzo lembra que "as garantias do procedimento legal são, na verdade, uma defesa do cidadão acusado – e ainda inocente – contra os arcanos do poder" e diz que "essas conquistas da humanidade são pisoteadas por quem deveria defendê-las". "O Estado se transforma num aparato administrativo desgovernado e despótico, numa caricatura de si mesmo, num butim a ser dilapidado por ocupantes eventuais", conclui.
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