Arquidiocese condena ato em igreja e vereador pede a cassação de Renato Freitas

O protesto estimulou "comportamentos invasivos", disse a instituição sobre o ato em Curitiba contra as mortes de Moïse Mugenyi e Durval Teófilo Filho, no Rio

Vereadores Renato Freitas Pierpaolo Petruzziello, ambos de Curitiba, e um ato em igreja contra o racismo
Vereadores Renato Freitas Pierpaolo Petruzziello, ambos de Curitiba, e um ato em igreja contra o racismo (Foto: Divulgação)


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247 - A Arquidiocese de Curitiba emitiu nesta segunda-feira (7) uma nota de repúdio contra o protesto ocorrido na Igreja do Rosário, no último sábado (5), sob a liderança do vereador Renato Freitas (PT), em Curitiba (PR). De acordo com o parlamentar, o ato tinha como motivação a luta contra o “racismo estrutural” e as mortes Moïse Mugenyi e Durval Teófilo Filho, os dois casos no estado do Rio de Janeiro. Pelo Twitter, o vereador de Curitiba Pierpaolo Petruzziello (PTB) afirmou que pedirá a cassação do petista. 

A instituição religiosa destacou que aconteceu "no mesmo horário da celebração da Missa". "Solicitados a não tumultuar o momento litúrgico, lideranças do grupo instaram a comportamentos invasivos, desrespeitosos e grotescos", disse o texto.

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"É verdade que a questão racial no Brasil ainda requer muita reflexão e análises honestas, que promovam políticas públicas com vistas a contemplar a igualdade dos direitos de todos. Mas não é menos verdadeiro que a justiça e a paz nunca serão alcançados com destemperos ou impulsividades desequilibradas", complementou (leia a íntegra da nota no final da matéria).

Na rede social, o vereador de Curitiba Pierpaolo Petruzziello (PTB) defendeu a cassação de Renato Freitas (PT). "Tomarei as medidas necessárias para pedir a cassação do vereador Renato Freitas do PT de Curitiba", disse.

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Leia a íntegra da nota emitida pela Arquidiocese:

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No dia 05 de fevereiro de 2022, em torno das 17.00hs, um grupo apresentou-se junto à porta da Igreja do Rosário, para protestar contra a violência havida no estado do Rio de Janeiro, cujo desdobramento final foi a morte de um cidadão congolês e, em outro caso, a morte de um brasileiro afrodescendente. Era no mesmo horário da celebração da Missa. Solicitados a não tumultuar o momento litúrgico, lideranças do grupo instaram a comportamentos invasivos, desrespeitosos e grotescos.

É verdade que a questão racial no Brasil ainda requer muita reflexão e análises honestas, que promovam políticas públicas com vistas a contemplar a igualdade dos direitos de todos. Mas não é menos verdadeiro que a justiça e a paz nunca serão alcançados com destemperos ou impulsividades desequilibradas.

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Desde a sua primeira inauguração, em 1737, a Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos sempre foi um lugar de veneração e de celebração da fé. Foram os escravos a edificá-la. Hoje, muitos afrodescendentes, a visitam. E o fazem em grupos ou individualmente. Sempre primaram pelo profundo respeito, até mesmo quando não católicos.

Infelizmente, o que houve no último sábado foram agressividades e ofensas. É fácil ver quem as estimulou.

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A posição da Arquidiocese de Curitiba é de repúdio ante a profanação injuriosa. Também a Lei e a livre cidadania foram agredidas. Por outro lado, não se quer “politizar”, “partidarizar” ou exacerbar as reações. Os confrontos não são pacificadores. O que se quer agora é salvaguardar a dignidade da maravilhosa, e também dolorosa, história daquele Templo.

Curitiba, 07 de fevereiro de 2022.

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Dom José Antonio Peruzzo
Arcebispo

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