Anistiar caixa 2 beneficia confraria de corruptos, diz procurador da Lava Jato

Procuradores da força-tarefa da Operação Lava Jato voltaram a manifestar preocupação com a hipótese de o Congresso aprovar mudanças legislativas que, para eles, ameaçam o combate à corrupção – como eventual anistia a políticos envolvidos em caixa 2; "Não há uma forma mágica de tratar a corrupção e interromper esses delitos a não ser por meio de políticas públicas, do aperfeiçoamento do nosso sistema legislativo-penal, do fortalecimento das instituições", disse nesta quinta-feira o procurador da República Roberson Pozzobon em coletiva para detalhar a 36ª fase da Lava Jato

Procuradores da força-tarefa da Operação Lava Jato voltaram a manifestar preocupação com a hipótese de o Congresso aprovar mudanças legislativas que, para eles, ameaçam o combate à corrupção – como eventual anistia a políticos envolvidos em caixa 2; "Não há uma forma mágica de tratar a corrupção e interromper esses delitos a não ser por meio de políticas públicas, do aperfeiçoamento do nosso sistema legislativo-penal, do fortalecimento das instituições", disse nesta quinta-feira o procurador da República Roberson Pozzobon em coletiva para detalhar a 36ª fase da Lava Jato
Procuradores da força-tarefa da Operação Lava Jato voltaram a manifestar preocupação com a hipótese de o Congresso aprovar mudanças legislativas que, para eles, ameaçam o combate à corrupção – como eventual anistia a políticos envolvidos em caixa 2; "Não há uma forma mágica de tratar a corrupção e interromper esses delitos a não ser por meio de políticas públicas, do aperfeiçoamento do nosso sistema legislativo-penal, do fortalecimento das instituições", disse nesta quinta-feira o procurador da República Roberson Pozzobon em coletiva para detalhar a 36ª fase da Lava Jato (Foto: Romulo Faro)


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Alex Rodrigues - repórter da Agência Brasil

Procuradores da força-tarefa que investiga os crimes apurados no âmbito da Operação Lava Jato voltaram a manifestar preocupação com a hipótese de o Congresso Nacional aprovar mudanças legislativas que, para eles, ameaçam o combate à corrupção – como uma eventual anistia a políticos envolvidos em caixa 2 e novas regras para os acordos de leniência, que, hoje, permitem a redução das penas impostas a empresas investigadas que colaboram com a Justiça.

"Não há uma forma mágica de tratar a corrupção e interromper esses delitos a não ser por meio de políticas públicas, do aperfeiçoamento do nosso sistema legislativo-penal, do fortalecimento das instituições", comentou o procurador da República Roberson Pozzobon durante coletiva de imprensa para detalhar a 36ª fase da Operação Lava Jato, deflagrada hoje (10).

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Batizada de Dragão, a operação já resultou no cumprimento de 16 mandados de busca e apreensão e um de prisão preventiva. Os alvos são empresas ligadas a dois operadores financeiros, Adir Assad (que já estava preso em Curitiba, condenado pela Justiça Federal em outra ação) e Rodrigo Tacla Duran – contra quem também foi expedido mandado de prisão preventiva ainda não executado, pois ele se encontra na Espanha desde abril. Segundo os procuradores, há evidências de que Assad e Duran lavaram mais de R$ 50 milhões para várias empresas investigadas na Operação Lava Jato, entre elas, as construtoras UTC, Mendes Júnior e Odebrecht.

Ao comentar como chegaram às informações que justificaram a ação contra a dupla de empresários e reforçam as acusações envolvendo diversas empresas, os procuradores explicaram que o depoimento de executivos da UTC foi fundamental para identificar os operadores e o funcionamento do esquema e para encontrar vestígios de movimentações financeiras que podem confirmar as suspeitas.

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"Conseguimos rastrear todo o dinheiro, desde a saída da UTC, a chegada ao operador financeiro a partir de contratos públicos e o repasse [de propina] a agentes públicos corrompidos", disse o procurador Julio Motta Noronha, a quem chamou a atenção o fato de Assad e Duran terem, aparentemente, lavado dinheiro de mais de uma empresa que usava os recursos ilegais para pagar propina a políticos e executivos da Petrobras e de outras estatais.

Pozzobon comentou a relação entre os vários personagens investigados pela Lava Jato, a quem ele classificou como "corruptores" integrantes de uma "verdadeira confraria". Os investigadores afirmam que Assad repassou cerca de R$ 24 milhões para contas de Duran.

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" Causa espanto, um verdadeiro desespero, a forma sistemática, generalizada e contínua com que foi praticada corrupção em diversos contratos da administração pública federal, estaduais e municipais. Quem corrompia e quem era corrompido buscava se servir de profissionais na prática criminosa. Muitas vezes esses profissionais eram os mesmos, pois um apresentava o outro [aos demais participantes do esquema]" , declarou o procurador.

Defendendo os mecanismos legais de combate à corrupção, como os acordos de leniência, Pozzobon afirmou que muitos dos atuais investigados operavam criminosamente há muito tempo e que a Lava Jato só está tendo sucesso onde outras iniciativas falharam quando o país vivia em uma realidade de "absoluta impunidade aos delitos de colarinho branco" porque encontrou condições favoráveis para aprofundar as investigações.

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"Por isso nos preocupa um cenário em que se discutem retrocessos legislativos, em que se discutem projetos de lei que visam a atacar e enfraquecer as instituições e em que se propõe investigar os investigadores pelo exercício de sua missão", acrescentou Pozzobon. "Se os integrantes das instituições não tiverem liberdade e segurança para investigar e processar os delitos, vamos simplesmente retornar ao estado anterior."

O procurador defendeu as dez medidas de combate à corrupção apresentadas pelo Ministério Público Federal (MPF) ao Congresso Nacional como forma de impedir que fatos semelhantes voltem a ocorrer e reforçou à crítica a possibilidade de legalização do caixa 2. "Não existe caixa 2 inocente, pois esse recurso vem justamente da prática de lavagem de dinheiro. Anistiar o caixa 2 significa anistiar a lavagem de dinheiro e a corrupção."

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